Majory Imai é uma das personagens do livro Mulheres da Cana-de-Açúcar
10-03-2023

O livro será lançado no 11º Encontro Cana Substantivo Feminino, em 30 de março de 2023, no Centro de Cana do IAC. Inscrições ESGOTADAS

Antes de iniciar a trajetória de empreendedora bem-sucedida, Majory Imai teve uma mudança de rota significativa na carreira profissional. Formada em Administração de Empresas, Marketing e Recursos Humanos pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e pós-graduada em Marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), trabalhou alguns anos em sua agência como publicitária.

Seu pai, Takeshi Imai, já falecido, era engenheiro mecânico e inventor. Ele desenvolveu e patenteou, no final da década de 1990, uma tecnologia para “fazer chover”, com o apoio da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).  “Esta pesquisa iniciou-se em 2001, depois meu pai ficou doente, tinha sofrido um infarto, e a Sabesp foi procurá-lo no hospital, pois precisa disparar mais um projeto de indução de chuva sobre o Sistema Cantareira, que após um período chuvoso fraco agravado com posterior intenso período de estiagem, apresentava  níveis muito baixos. Foi aí que meu irmão, Ricardo Imai e eu começamos a ajudá-lo e nos envolvemos nesta empreitada tecnológica”, conta Maju Imai, como também é conhecida.

Em decorrência dessa demanda de abastecimento de água, nascia a ModClima, que tem como sócios Majory, Ricardo e Lucas Suzuki. A empresa se especializou no desenvolvimento de tecnologia limpa para indução de chuvas localizadas utilizando apenas água potável, pulverizada através da utilização de aeronaves homologadas – em gotículas de tamanho controlado no interior de nuvens convectivas (de grande extensão vertical). As gotículas lançadas no interior da nuvem ganham volume por colisão e coalescência (aglutinação).

 “Em 2005, com a forte crise energética e de recursos hídricos, começamos a ser contratados operacionalmente pela Sabesp, para Induzir chuvas sobre o Sistema Cantareira. Realizamos nove projetos para esse sistema de abastecimento, além de outros dois projetos para Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) e um para a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais)”, relata.

O trabalho da ModClima não se restringiu ao abastecimento de água. Começou a atender grandes produtores agrícolas de soja, eucalipto, florestas plantadas e alguns grupos sucroenergéticos. “Começamos a desenvolver modelagem hidrológica, levando em conta o relevo, o tipo do solo, o uso e ocupação daquele solo e o período seco ou molhado. Avançamos para atuar no clima em uma microrregião, realizar previsão de tempo e registrar todos os eventos climáticos daquela microrregião”, diz.