Maria Zeferina Baldaia será uma das personagens do livro “Mulheres da Cana-de-Açúcar”
15-12-2022

O livro será lançado no 11º Encontro Cana Substantivo Feminino que acontecerá em 30 de março de 2023, no Centro de Cana do IAC

No final da tarde de 31 de dezembro de 2001, a atleta Maria Zeferina Baldaia, moradora na cidade de Sertãozinho, corria nas ruas da capital paulista rumo a ser a terceira brasileira a conquistar a tradicional corrida de São Silvestre. Ao correr, Zeferina era movida pela satisfação de fazer o que gosta, pela vontade de ser campeã e pela cana-de-açúcar.

Zeferina tinha como patrocinadora a Cia. Energética Santa Elisa. É o apoio do patrocinador que proporciona ao atleta segurança, estímulo, tranquilidade para se dedicar ao esporte. Maria Zeferina fez bonito, desfilou a marca Santa Elisa por ruas, pistas e pódios. Era a agroindústria canavieira ajudando a realizar o sonho de uma cortadora de cana que tinha como pista de treino os carreadores dos canaviais. Zeferina era raça, era Sertãozinho e a cana-de-açúcar na mídia.

“Em 2001, quando venci a São Silvestre, minha vida se transformou. A partir daí, veio reconhecimento, patrocinadores e o mundo inteiro pôde conhecer minha história, a história da cortadora de cana que virou corredora”, relembra Zeferina.

Mas o tempo passou, as lesões se acumularam, o patrocínio se foi e Zeferina deixou não só de figurar no pódio, mas também nas provas. “A gente treina forte e as lesões fazem parte da vida do atleta”, explica. No entanto, a ex-cortadora de cana não desistiu de correr nem de voltar a subir ao pódio. Continuou treinando forte.

E em 2007 conquistou o apoio da Fermentec, tradicional empresa fornecedora do setor sucroenergético. Seu ânimo redobrou, as conquistas recomeçaram. E a marca da Fermentec estampada na camiseta da atleta tornou-se presença na mídia.

Em 2022, Maria Zeferina completou 50 anos e decidiu se aposentar das competições, sua despedida será na corrida de São Silvestre, no dia 31 de dezembro, em São Paulo. Além das conquistas de São Silvestre e da Volta da Pampulha, a histórica corredora também foi ouro na Corrida de Reis, em que é recordista, a Meia Maratona do Rio de Janeiro e a Maratona Internacional de São Paulo.

Outra grande vitória de Zeferina é ser um exemplo de superação. “Eu continuo sendo eu mesma, fazendo tudo que eu sempre fiz e tentando incentivar e motivar outras pessoas a correrem atrás de seus sonhos e objetivos”, diz Zeferina, que em 2023 ganhará um filme sobre a sua vida e será uma das personagens do livro Mulheres da Cana-de-Açúcar, que será lançado durante o 11º Encontro Cana Substantivo Feminino que acontecerá em 30 de março de 2023, no Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto, SP.