Medidas adotadas na Pedra Agroindustrial aprimoram plantio de cana
30-10-2017

A utilização de plantadoras automatizadas, por exemplo, ajudou a reduzir o consumo de mudas por hectare

Um sistema de gestão e acompanhamento eficiente é fundamental para avaliar a qualidade e o rendimento das operações de plantio mecanizado de cana-de-açúcar. Quem afirma isto é Daniel Alves, gerente do Departamento de Logística e Desempenho de Frota da Pedra Agroindustrial.

Segundo ele, diversas ações têm sido desenvolvidas nas usinas do grupo visando a obtenção de bons resultados no plantio de cana-de-açúcar, principalmente em relação à redução do consumo de mudas e à diminuição de falhas nos canaviais.

“Com certeza, quanto menor o consumo de mudas, maior a economia no plantio. Existe, porém, um contraponto em relação ao percentual de falhas. Quanto mais se limita a dosagem de muda no plantio realizado com plantadoras, maior é a probabilidade de falhas”, comenta.

Apesar dos desafios proporcionados pelo plantio mecanizado, a Pedra Agroindustrial tem obtido bons resultados nessa operação. No início da mecanização, o consumo de mudas estava em 16 toneladas por hectare. Atualmente, a quantidade utilizada é de 13,7 toneladas – informa Daniel Alves.
Uma das tecnologias, que tem contribuído para essa redução, é a plantadora automatizada – constata. A distribuição mais uniforme de toletes por metro linear é uma das vantagens dessa máquina em relação às plantadoras convencionais – compara.

Além disso, a plantadora automatizada requer menor número de pessoas envolvidas na operação de plantio – diz. Outra vantagem é a facilidade de transporte da máquina entre as unidades. “Não é necessário desmontar a cabine, para evitar problemas com o excesso de altura”, constata.
Na avaliação dele, as plantadoras têm evoluído. “Mas, há ainda um longo caminho a ser percorrido. No meu ponto de vista, o sistema de plantio deve evoluir como um todo. A plantadora é apenas uma das pontas do processo”, opina.

O piloto automático tem sido outra tecnologia importante – observa – não somente para o plantio, mas para todas as operações mecanizadas. De acordo com o gerente do Departamento de Logística e Desempenho de Frota, o piloto automático – bem utilizado – ajuda na qualidade da operação devido ao paralelismo e ao ganho de eficiência dos equipamentos por causa da redução do tempo de manobra.
O uso dessa tecnologia apresenta apenas o problema da cintilação ionosférica, que implica na perda do sinal RTK (Real Time Kinematic) – diz.

Para a diminuição de falhas nos canaviais, Daniel Alves destaca a necessidade de adoção de alguns procedimentos e cuidados, como a observação da idade da muda, o controle eficiente da qualidade em todas as etapas e a utilização de variedades que se adaptam melhor ao plantio mecanizado.

O preparo adequado do solo e o treinamento da equipe estão entre as medidas que devem ser adotadas para a obtenção de resultados positivos no plantio mecanizado de cana-de-açúcar – diz. É preciso ter capricho em todas as atividades que envolvem o processo – enfatiza.

A Pedra Agroindustrial faz, anualmente, o plantio de cana em 25 mil hectares (em média), utilizando 44 plantadoras, sendo 28 automatizadas. O grupo possui três unidades, que estão localizadas no estado de São Paulo: Usina da Pedra, em Serrana; Buriti, em Buritizal e Ipê, em Nova Independência.

Diversos cuidados - A máquina automatizada funciona bem desde que os fatores relacionados ao plantio de cana sejam cuidados de maneira adequada, reitera o engenheiro agrônomo Auro Pereira Pardinho, gerente de marketing da DMB Máquinas e Implementos Agrícolas, que é fabricante da Plantadora de Cana Picada PCP 6000 Automatizada.

O local onde ocorrem as operações de plantio precisa ser muito bem preparado para que sejam evitados diversos transtornos. Um talhão pouco extenso, mal preparado, com solo cheio de torrões, provoca perda de qualidade no plantio, além de baixo rendimento operacional – constata. “É preciso ter áreas adequadas, com tiros longos”, afirma.

Segundo Auro Pardinho, muda de boa qualidade e treinamento da equipe envolvida em todas as etapas da operação de plantio são aspectos importantes para a obtenção de resultados satisfatórios. Além do trabalho no preparo do solo, existe a necessidade da ação do homem para regular a plantadora e monitorar os resultados – exemplifica.

As operações da plantadora automatizada são programadas eletronicamente e acionadas por meio de uma Interface Homem-Máquina (IHM), instalada na cabine do trator, a partir de um simples toque dado pelo tratorista na tela touchscreen.

O trabalho do tratorista inclui o monitoramento da operação por meio de cinco câmeras instaladas na plantadora e verificação da quantidade de cana na caçamba para decidir o momento do transbordo fazer o reabastecimento da máquina.

A plantadora automatizada possui diversos recursos que possibilitam a distribuição das mudas de maneira muito mais uniforme e regular, lançando no sulco somente a cana necessária para o plantio – observa Auro Pardinho. A máquina automatizada da DMB realiza a sulcação, adubação, banho de fungicidas nos rebolos, aplicação de inseticidas contra pragas de solo e cobrição do plantio da cana em duas linhas.