Medidas do governo vieram muito tarde
09-02-2015

“O estrago agora já está feito”, diz o professor Marcos Fava Neves


Decisões recentes do governo federal, como reajuste do PIS/Cofins, retorno da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina e aumento da mistura de etanol anidro à gasolina de 25% para 27%, acabam sendo um alento para o setor sucroenergético.
Para o professor Marcos Fava Neves, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (Universidade de São Paulo), as medidas são positivas para o setor e ajudam na sua recuperação, mas vieram muito tarde. “O estrago agora já está feito! O endividamento cresceu tanto que boa parte desta melhoria será consumida para pagar serviços da dívida.”
As medidas, de certa forma, melhoram o cenário do setor, mas não o suficiente para voltarem os investimentos. “O país continua muito confuso.”
Neste ano, ele acredita que pode haver continuidade do processo de consolidação do setor, além de novos casos de empresas em recuperação judicial. “Sem cenário de longo prazo, investimento em novas usinas não voltam. Talvez um pouco sim em cogeração.”
Muito embora, segundo ele, políticas favoráveis à bioeletricidade – mesmo em tempos de crise hídrica e de risco de apagão – podem não ser efetivamente adotadas pelo governo federal. É uma gestão “sem tradição de pensamento, de planejamento. Atua apagando incêndios.”

Ao falar sobre outras ações importantes para a recuperação do setor sucroenergético neste momento, Fava Neves cita a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para 12% em todos os estados do país, além de um plano para reestruturação financeira para as empresas com excelência operacional.

 

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