Menos cana!
23-11-2016

Fatores, como clima, pragas e o florescimento, encolhem a safra atual e já comprometem a próxima

Clivonei Roberto

Carreadores e áreas de manobra intransitáveis, poças de água entre as ruas, muita lama e canaviais danificados. Foi debaixo de muita chuva que começou o ano de 2016 para o produtor de cana Paulo Roberto Artioli. “Na nossa região de Macatuba, SP, por exemplo, de 8 a 12 de fevereiro choveu 430 ml. Sendo que no dia 12 choveu 240 e em uma hora acumulou 140”, além de outro problema, a pouca luminosidade sobre os canaviais nos meses de janeiro a fevereiro. Naquele momento, Artioli temia que o ano fosse excessivamente chuvoso e mais frio do que a média.

As intensas chuvas do início de 2016 na região Centro-Sul foram apenas o primeiro capítulo de um clima que oscilaria muito ao longo do ano, sendo um dos fatores responsáveis pelo tombo da safra canavieira 2016/17. Com tantos problemas afetando a safra, as previsões de produção foram frustradas. Antes do ciclo, as estimativas de empresas, entidades e consultorias indicavam para uma moagem superior a 600 milhões de toneladas. Inclusive, houve quem arriscasse que a produção poderia atingir a marca de 640 milhões.


Embora o período 2016/17 ainda não tenha chegado ao fim, consultores e analistas já afirmam que o volume total de cana processada será inferior a 600 milhões de toneladas. Na previsão da Canaplan, por exemplo, no ciclo 2016/17 serão esmagadas entre 581 a 592 milhões de toneladas. Número menor que a produção final de 2015/16: 617,7 milhões de toneladas, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar).

“Esta foi uma das safras mais cheias de variáveis com relação ao clima”, observa Miguel Tranin, presidente da Alcopar (Associação dos Produtores de Açúcar e Etanol do Paraná). “Tivemos no estado estiagem, muita chuva, geada, estiagem de novo. Assim a cana não aguenta.” O estado terá regiões em que as estimativas vão bater, mas em outras a queda varia entre 5% e 15%, atingindo principalmente os produtores que não tiveram condições de investir adequadamente no canavial. “As condições desta safra foram a gota d’água para as empresas que não investiram no cuidado da cana.” No início do ciclo, a previsão era de moagem de 43 milhões de toneladas no estado, mas a Alcopar estima que sejam processadas entre 40 e 41 milhões de toneladas.

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