Mercado de etanol segue desaquecido em SP, mas açúcar cristal estabiliza preços
16-07-2025

Baixa demanda, férias escolares e postura das usinas influenciam dinâmica dos biocombustíveis e do adoçante no estado paulista

Por Andréia Vital

O mercado spot do estado de São Paulo continua apresentando ritmo lento nas negociações de etanol hidratado. Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), entre os dias 7 e 11 de julho o volume comercializado se manteve praticamente o mesmo da semana anterior — que já havia sido o menor da safra atual 2025/26.

De acordo com os pesquisadores, o cenário de baixa demanda é reflexo direto da cautela dos compradores, que indicam já ter feito aquisições antecipadas, além do impacto das férias escolares, que naturalmente reduzem a circulação de veículos e, consequentemente, o consumo do combustível.

Do lado da oferta, houve divergência entre os vendedores: enquanto alguns optaram por reduzir os preços, outros se afastaram do mercado, aguardando condições mais favoráveis. Como resultado, os preços do etanol hidratado registraram queda mais intensa. O Indicador CEPEA/ESALQ para o etanol hidratado em São Paulo fechou em R$ 2,5521 por litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), representando um recuo de 2,05% em relação à semana anterior. O etanol anidro também teve desvalorização, encerrando o período a R$ 2,9598/litro (sem PIS/Cofins), queda de 1,33%.

Açúcar cristal estabiliza com apoio do mercado externo

Enquanto o etanol segue em queda, o açúcar cristal branco apresenta uma leve estabilidade nos preços no spot paulista. Mesmo com a demanda interna ainda desaquecida, o Indicador CEPEA/ESALQ para o cristal branco se manteve em torno de R$ 116 por saca de 50 kg nos últimos dias.

Segundo o Cepea, essa resistência nos preços é atribuída à postura mais firme dos produtores das usinas, que seguem sustentando os valores pedidos. Além disso, o cenário internacional também favoreceu o adoçante. O açúcar demerara teve alta nos mercados externos, impulsionado pela valorização do petróleo e pela divulgação de dados que apontam queda na produção na região Centro-Sul do Brasil — considerada uma das principais regiões produtoras de cana-de-açúcar do mundo.

Essa combinação de fatores contribuiu para a sustentação dos preços domésticos, mesmo diante de uma procura menos ativa.