Mercado do etanol
12-02-2016

Os preços do etanol subiram na semana de 1 a 5 de fevereiro, segundo o índice do Cepea/Esalq, da USP. O anidro teve alta de 1,63%, com negócios firmados em R$ 2,0950 o litro contra R$ 2,0613 da semana anterior.
O hidratado fechou a semana em R$ 1,8922 contra R$ 1,8552 da semana anterior, valorização de 1,99%.
Já os índices do etanol hidratado medidos pela Esalq/BVMF caíram em 0,14% na última sexta-feira (5), com negócios firmados em R$ 1.836,00 o metro cúbico do biocombustível.
.Segundo levantamento semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), da USP de Piracicaba (SP), o litro do etanol hidratado na produção em São Paulo estava a R$ 1,89 no último dia 5, 34,05% a mais em relação ao mesmo período do ano passado – R$ 1,41.
O aumento é resultante da alta nos custos de produção, da priorização do açúcar nas usinas e da margem de preço ampliada pela volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, afirma o professor de economia da USP e consultor em agronegócios José Carlos de Lima Júnior.
Entretanto, o acréscimo não deve repercutir nas bombas, em função da proximidade do início da safra, explica o professor.
Em Ribeirão Preto (SP), centro de uma das principais regiões sucroalcooleiras do país, o preço médio do combustível nos postos chegou a R$ 2,67 em janeiro, 3% abaixo de dezembro – R$ 2,76 -, mas 34% acima do praticado um ano antes – R$ 1,99 -, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
“Essa alta não vai se sustentar por muito tempo, até porque a gente vai começar a safra entre março e abril. Isso vai cair. O consumidor não precisa ter essa preocupação”, diz Lima Júnior.
O preço do etanol anidro – misturado à gasolina – foi cotado a R$ 2,09, com alta de 39,33% em relação a 2015 e bateu a sexta maior média na série desde 2002, perdendo apenas para 2011.
Além de associada à elevação dos insumos de produção, como de defensivos importados – mais caros em função da alta do dólar – e da energia elétrica, a alta se deve a uma valorização causada pelo incremento do anidro na mistura com a gasolina.
Mas o economista não vislumbra, em função disso, um aumento no combustível fóssil, que hoje custa em média R$ 3,67 nos postos de Ribeirão Preto.
“O etanol não conseguiria formar preço. A gasolina só aumenta se o governo passar a Cide integral para o consumidor, uma vez que a LDO aprovada pelo governo federal prevê seu retorno integral.”