“Mesmo com a crise, não vi nenhuma empresa desistir de projeto de sustentabilidade”
15-04-2015

Segundo Iza Barbosa, consultora em Responsabilidade Social da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar) e diretora da Terragrata Consultoria, o setor não parou de investir em sustentabilidade, mesmo com a crise. “Não vi ninguém desistir de nenhum projeto de sustentabilidade. Exemplo disso são iniciativas como a Bonsucro, o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-açúcar, os programas de adequação e capacitação que as usinas realizam.” 

Para ela, as empresas estão se adequando não só porque a lei exige, mas também porque sabem que é mais lucrativo. “Hoje organização que não pensa nisso como um todo também não sobrevive. O setor tem números para mostrar pra sociedade em geral como é importante a sustentabilidade. Que investir nessa área traz resultados.”
Mas por que ser sustentável traz retorno para o desempenho da companhia? “Porque gera pontos positivos de várias maneiras. Ajuda a aperfeiçoar a gestão, promove uma atuação diferenciada com trabalhadores, retém talentos, evita multas, melhora a imagem etc, etc, etc.”
Iza concorda que o investimento nessa área traz bônus, mas também ônus. A organização precisa estar sempre atenta para cumprir novas normas, o que requer dedicação, investimento. “Mas o bônus é muito maior. Isso está provado. Já vimos estudos que são feitos que mostram o quanto sai caro para as empresas as autuações, as multas. É muito mais dispendioso.” Por outro lado, a consultora destaca que hoje se a empresa comprovar que tem uma gestão de sustentabilidade, facilita a obtenção de financiamentos, por exemplo

CAPACITAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS - Uma área que deixa evidente a preocupação das empresas sucroenergéticas com a sustentabilidade é o interesse crescente por capacitação de mão de obra. “Fiz levantamento para este primeiro semestre de 2015: no setor há mais de 10 mil pessoas esperando pra fazer um curso. Não é que pessoas estão esperando a oportunidade, mas usinas estão querendo qualificar essa demanda no trimestre porque há necessidade de ter pessoas mais qualificadas. E isso é uma novidade. De uns anos pra cá, mudou o tipo de mão de obra demandada, com a mecanização, a modernização dos processos, as novas tecnologias.”
Para Iza, hoje o setor de açúcar e etanol está entendendo cada vez mais que esta preocupação é vital para a organização, para a saúde do negócio. E o setor já entendeu muito bem o recado. “Hoje é um modelo para o país nessa área. É um benchmarking para o agribusiness. E o setor começou nesta caminhada praticamente em 2000. Já são quinze anos. Veio devagar, tentando se adequar, mas por tudo de bom que já foi feito, o setor sucroenergético pode estar certo que está há anos-luz de outras culturas.”


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