Metalúrgicos da Dedini S.A. encerram greve após 15 dias em Sertãozinho
22-07-2015

Salários atrasados de maio a julho serão pagos em 5 parcelas até agosto.

Em Piracicaba (SP), funcionários mantêm paralisação por FGTS e ferias.

Após 15 dias em greve, metalúrgicos da Dedini S/A Indústrias de Base voltaram ao trabalho na manhã desta terça-feira (21) com a promessa de que os salários atrasados nos últimos três meses serão pagos em cinco parcelas até a segunda quinzena de agosto.
Os metalúrgicos reclamavam ainda que a empresa descumpriu o acordo firmado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em que se comprometia a pagar o valor do dissídio da categoria, também de forma parcelada.

Procurada pelo G1 na tarde desta terça-feira, a empresa não se manifestou sobre o fim da greve até a publicação desta matéria.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sertãozinho e Região, Samuel Márcio Marqueti, explicou que o acordo firmado entre trabalhadores e a diretoria da Dedini estabelece o pagamento dos salários atrasados de maio da seguinte forma: R$ 1 mil até sexta-feira (24) e o restante até 10 de agosto.

Os vencimentos de junho também serão pagos em duas vezes. Os trabalhadores devem receber R$ 2 mil até 31 de julho e a segunda parte em 14 de agosto. Já os atrasados de julho serão pagos em única parcela até 21 de agosto desse ano.

A categoria também conquistou reajuste de 42% no vale-alimentação, que passará de R$ 140 para R$ 200, a partir de 20 de agosto. “Eles deram a garantia de que, voltando ao serviço, teriam verba para quitar o acordo. Mas, ficou decidido que se não cumprirem nenhuma das cláusulas, vamos parar novamente”, disse Marqueti.

Crise no setor

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam que a geração de empregos em Sertãozinho no primeiro semestre desse ano teve o pior resultado desde o levantamento passou a ser realizado, há 12 anos.

Entre janeiro e junho, o saldo é de 1.152 postos de trabalho a menos na cidade. O índice negativo foi puxado principalmente pelos setores de comércio, construção civil e indústria, que juntos demitiram 1.825 trabalhadores.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos explica que a situação é mais crítica porque a crise econômica nacional afeta diretamente o setor sucroenergético, já prejudicado há pelo menos cinco anos.

“Nós já fizemos o que podíamos fazer. Agora, é a hora do governo se interessar e voltar investir no setor sucroenergético, no etanol. Chegou um ponto que as férias coletivas e outras manobras já não dão mais resultado”, afirmou Marqueti.

Greve em Piracicaba

Metalúrgicos da Dedini em Piracicaba (SP) também cruzaram os braços nesta segunda-feira (20),reivindicando o salário atrasado de junho, além do pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e férias vencidas.

Cerca de 500 trabalhadores também participaram de um protesto durante a manhã, que fechou parte da Rodovia Fausto Santomauro (SP-147), causando um congestionamento de dois quilômetros. Os grevistas também se reuniram com o prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) para solicitar apoio do governo municipal.