Midas do agronegócio, Olacyr alargou as fronteiras agrícolas do país
17-06-2015

“Eu nunca me preocupei com quanto eu tinha ou quanto eu ganhava. Estava mais preocupado em fazer e realizar.” Uma frase que era dita por Olacyr de Moraes. 

Um multiempresário que fazia questão de diversificar os negócios e que pegou gosto por investir na agropecuária. Ao morrer ontem, em São Paulo, já fazia alguns anos que ele se distanciara do agronegócio. Mas seu legado para o desenvolvimento da atividade no país não tem como ser apagado.

O início foi nos anos 60. Depois de ter projeto aprovado pela Sudam, em 1967, e iniciar a criação de gado no Mato Grosso, percebeu que a agropecuária seria um negócio rentável. “Em 1973, animados por experiências feitas na região e estimulados pelo atraente preço da soja no mercado internacional, partimos para a implantação de ambicioso projeto agrícola. Constituímos em Ponta Porã, atual estado de Mato Grosso do Sul, a Itamarati S.A. Agro Pecuária, a fim de executar o plantio de grãos em larga escala, com ênfase para cultura de soja.” Começava a trajetória do “Rei da Soja”.
Uma grande perda da produção norte-americana de soja em 1973, por conta de uma cheia do Rio Mississipi, motivou Olacyr a acreditar no potencial da sojicultura. Apostando nas terras distantes do Centro-oeste brasileiro, chegou a ser o maior produtor mundial de soja do mundo.

Chegou a ser proprietário de 50 mil hectares de plantações da cultura. No Mato Grosso do Sul, na fazenda Itamarati (que foi vendida ao Incra), investiu na pesquisa e produção de grãos e algodão, o que ajudou a criar conhecimento sobre o potencial agrícola do Centro-Oeste brasileiro – iniciativa que foi fundamental para viabilizar a agricultura na região, inclusive atraindo novos investidores.

Ao ingressar na agropecuária, Olacyr mostrou que não estava brincando. Não era de apostar baixo. Implantou uma adequada infraestrutura, com armazéns, silos, secadores, equipamentos, além de reunir um competente grupo de profissionais. As pesquisas que patrocinou permitiram conhecer melhor o solo da região, aperfeiçoamento de métodos adequados de correção e fertilização. Ele criou moderno laboratório de pesquisas agrícolas, investiu em irrigação e construiu núcleos habitacionais dotados de rede de água, esgotos, energia elétrica, restaurante, armazéns de abastecimento, escolas, assistência médica e equipamentos de lazer.

“Tais empreendimentos, que custaram sacrifícios e muito trabalho e exigiram investimentos de monta, nos deram indisfarçável satisfação de termos podido contribuir para o alargamento das fronteiras econômicas do país e para seu desenvolvimento social.”

Veja mais notícias na Revista CanaOnline, visualize no site ou baixe grátis o aplicativo para tablets e smartphones – www.canaonline.com.br.