Millenium Bioenergia vai investir R$ 1 bilhão para produzir etanol de milho em Roraima
23-10-2019

 

A produção de etanol a partir do milho se tornará realidade em Roraima. A multinacional Millenium Bioenergia iniciou o processo de instalação de uma empresa que prevê a produção de 600 mil litros de biocombustível por dia.

A área onde será construída a empresa é localizada na região do Tucano, município de Bonfim, e possui 270 mil m² de obra. Nesse local, estima-se que o investimento seja de R$ 1 bilhão e que 1,5 mil trabalhadores sejam utilizados na construção da fábrica.

De acordo com a companhia, que deve receber benefícios em impostos, a situação da empresa foi facilitada porque Bonfim é uma área de livre comércio e um município produtor. Além disso, o município está localizado na fronteira com a Guiana, o que facilitará o escoamento da produção após a construção da estrada que liga o Brasil a Georgetown.

“Como o milho é nossa principal matéria prima, funcionou perfeitamente instalar nosso empreendimento em Bonfim. E as autoridades abraçaram esse projeto que estamos desenvolvendo no município”, destacou o diretor comercial da multinacional, Acácio Rozendo.

A primeira fase da obra deve durar 14 meses e a indústria será implantada em uma fazenda à margem da RR-401.

No primeiro momento, a nova fábrica trabalhará com o milho produzido no Estado e, caso haja insuficiência na quantidade obtida dentro de Roraima, outros estados produtores da região Norte serão procurados.

“Sempre daremos preferência ao entorno onde a empresa está instalada”, acrescenta o diretor comercial. Está previsto para a primeira etapa o consumo industrial de 480 mil toneladas de milho em um ano. Na segunda etapa, essa quantidade deve chegar a um milhão de toneladas de milho por ano.

A indústria vai produzir quatro produtos à base de milho: etanol; farelo de milho (DDGS); gás dióxido de carbono (CO) alimentício engarrafado, e bio-óleo comestível. Além disso, a planta terá de oito a 15 megawatts de energia excedente.

O diretor comercial ainda pontuou que um dos diferenciais do projeto é que a fábrica terá produção própria de energia de biomassa e gás natural, com atividades totalmente rastreáveis, desde a saída da lavoura.

O empreendimento se encontra em fase de elaboração de projetos in loco, para apreciação e aprovação dos órgãos ambientais. “Com a realização desse projeto, o Estado terá uma indústria limpa, com zero resíduo, e possibilitará uma nova realidade de geração de renda e empregos para Bonfim. É uma realidade totalmente diferente”, finaliza Rozendo.

O projeto tem sido bastante apoiado por autoridades do Estado e do município. O prefeito Joner Chagas (Republicanos) acredita que, com a multinacional, Bonfim será impulsionada ao desenvolvimento, geração de emprego e renda, muito por conta do grande potencial da região e da ALC (Área de Livre Comércio) existente naquela localidade.

“Nosso município é suframado. Isso atrai investidores e eles atraem tributos. Esses tributos voltam em serviços, que serão aplicados nas áreas de infraestrutura, saúde, educação e segurança pública, melhorando a qualidade de vida do bonfinense”, ressalta o prefeito.

Além disso, Rozendo é um dos defensores do projeto de lei que pode liberar a venda direta do combustível das produtoras aos postos, argumentando que isso pode baratear o custo do etanol. “Um dos nossos sonhos é botar um equilíbrio entre a gasolina e o etanol aqui na região, assim como é na região Sudeste, onde você abastece com um combustível limpo e que vem ajudar a preservar o meio ambiente”, opina Rozendo.

Fonte: Folha de Boa Vista (RR)