Minas Gerais mantém posição de destaque na produção de cana-de-açúcar, apesar dos desafios climáticos
28-04-2025

Crescimento da área cultivada e queda na produtividade marcam a safra 2025/26
Minas Gerais consolidou sua posição como o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, embora tenha registrado uma redução na produção para a safra 2025/26. Estima-se que a colheita de cana no estado será de 77,2 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 7,1% em relação à safra anterior, que foi de 83,14 milhões de toneladas. Os dados foram apresentados na última sexta-feira (25), durante a abertura da safra, que ocorreu na Usina Vale do Tijuco, em Uberaba, com foco nos 50 anos do Proálcool, um programa que revolucionou o setor de energias renováveis no Brasil.
Mário Campos, presidente da presidente da SIAMIG Bioenergia – Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais conversou com a CanaOnline e disse que esse decréscimo pode ser atribuído a fatores climáticos adversos, como a estiagem prolongada no ano de 2024 e o volume de chuvas abaixo do esperado durante o período de entressafra, o que resultou em uma redução estimada de 12,5% na produtividade agrícola.
Na temporada, a área plantada deverá alcançar 1,23 milhão de hectares, o que representa um aumento de 9,8% em relação aos 1,12 milhão de hectares do ciclo anterior. A qualidade da matéria-prima prevista para essa safra tende a ser inferior, com a concentração de ATR apresentando uma redução de 2,3% por tonelada de cana.
Já o mix será mais açucareiro, sendo que 52,4% da produção deverá ser destinada ao açúcar, enquanto 47,6% para a produção de etanol, contra 50,3% de açúcar e 49,7% de etanol da temporada passada. Em termos de volume, a produção de açúcar deverá atingir 5,32 milhões de toneladas, enquanto a produção de etanol deverá alcançar 3 bilhões de litros.
Campos destacou que, apesar da redução na produção de biocombustível, o etanol anidro, utilizado como aditivo na gasolina, deve apresentar um aumento de 6,6%, passando de 1,2 milhão de metros cúbicos para 1,28 milhão de metros cúbicos, em consonância com as expectativas de aumento da mistura de etanol na gasolina, conforme estudo do Ministério de Minas e Energia.
A cadeia produtiva de bioenergia de Minas Gerais, a segunda maior do Brasil, está presente em 110 municípios, sendo 28 com unidades industriais. No total, mais de 190 mil empregos diretos e indiretos são gerados pelo setor no estado, o que reforça sua importância econômica e social para a região.