MIP, moléculas inovadoras e rotação de produtos no manejo da Cana
06-09-2024

O manejo de doenças, pragas e plantas daninhas no canavial evoluiu, mas as adversidades também

Mesmo os canaviais sendo um campo fértil para o controle biológico de pragas e doenças, especialistas observam que é necessária uma abordagem abrangente, colocar em prática o Manejo Integrado de Pragas (MIP), aliado a um eficiente sistema de monitoramento, que deve ser empregado de maneira harmônica. No momento preciso, devem ser empregadas diferentes medidas de controle, de forma a manter os níveis populacionais das pragas abaixo do nível de dano econômico.

Insetos resistentes

É necessário vigilância continua no manejo de pragas, afinal, a cana-de-açúcar pode ser atacada por mais de 80 espécies, que contabilizam perdas de aproximadamente 20% ao ano. Ultimamente, um problema a mais tornou o controle mais complexo: a resistência dos insetos aos defensivos químicos.

Leila Luci Dinardo-Miranda, pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, explica que um caso de resistência ocorre quando há redução da susceptibilidade de uma população da praga a um inseticida, percebida por diversas falhas de controle por meio do produto, usado de acordo com as recomendações de bula e quando o baixo desempenho não pode ser explicado por outros problemas, como erros de doses ou na aplicação.

“Ao usarmos constantemente o mesmo produto e o mesmo modo de ação, acabamos por selecionar os indivíduos resistentes àquele produto, sendo que a frequência dos resistentes aumentará exponencialmente na população. Em consequência, o inseticida se torna menos eficiente. O certo é usar inseticidas de grupos diferentes a cada aplicação. Não se pode adquirir 100% de um determinado produto e usá-lo a vida inteira. Tem que haver rotação”, alerta Leila.

Além de alternar os produtos, a pesquisadora aconselha a adoção de outras ferramentas de controle. “Métodos biológicos ou culturais são de extrema importância, principalmente em áreas de baixas populações ou em canaviais onde já há problemas com resistência. Deixar áreas de refúgio não tratadas para permitir a migração de indivíduos suscetíveis visando reduzir a frequência dos alelos R; reduzir o número de aplicações e usar dose de bula e inseticidas de baixo impacto e pouco persistentes também são alternativas viáveis.”

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