MIP: Técnica que controla parasitas nas lavouras
18-02-2015

A disseminação do Manejo Integrado de Pragas (MIP) aos produtores é essencial para que eles percebam que os parasitas da lavoura podem ser controlados sem uso excessivo e desequilibrado de inseticidas.


Os profissionais que participam da Caravana da Embrapa concordam que muitos desconhecem tais práticas.

O pesquisador de desenvolvimento de produtos da empresa Ouro Fino, Breno Augusto da Cunha, disse que o produtor geralmente calendariza as aplicações e não quer controlar suas áreas com um manejo mais detalhado. "Muitas vezes, a lavoura nem possui pragas e eles já estão aplicando os inseticidas.

Se não houver técnicos junto ao produtor, ele não vai identificar as pragas corretamente, vai gastar mais com inseticidas e atrapalhar todo o controle biológico da lavoura."

Mesma opinião do técnico agrícola Márcio Silvério, que também participa da caravana. "Os produtores mais novos têm conhecimento sobre o MIP, mas os mais antigos não.

Na minha concepção, é preciso prestar esse serviço direto a eles, já que muitos desconhecem esse manejo e não têm pessoal para auxiliá-los nas atividades em campo", finalizou. (V.L.).

O Manejo Integrado de Pragas, comumente chamado de"MIP", é uma técnica agronômica que visa manter as pragas sempre abaixo do nível em que causam danos para as lavouras. Oficialmente, a técnica é definida assim pela FAO: "Sistema de manejo de pragas que no contexto associa o ambiente e a dinâmica populacional da espécie, utiliza todas as técnicas apropriadas e métodos de forma tão compatível quanto possível e mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar dano econômico".

E esse controle pode ser feito por meio de insetos, o chamado 'controle biológico', uso de feromônios, retirada e queima da parte vegetal afetada, adubação equilibrada, poda e raleio.

Sobre a técnica MIP
O MIP é uma alterativa proposta pela comunidade científica para diminuir o uso de produtos agroquímicos, que tornam os insetos (lagartas, principalmente) mais resistentes e podem causar a contaminação dos alimentos e do lençol freático quando aplicados indiscriminadamente.

Monitoramento
O monitoramento é o primeiro passo para se praticar o MIP. Sem monitorar a densidade populacional da espécie-alvo no campo não há como se aplicar a técnica. Assim, recomenda-se iniciar o monitoramento mesmo antes de se iniciar o plantio. A freqüência e o método de amostragem depende da fase de desenvolvimento da cultura e do nível de precisão que se pretende conduzir o manejo. Quanto maior a freqüência e tamanho da amostra melhor, entretanto, deve-se considerar também os custos dessas amostragens.

Monitoramento de pragas de solo - deve-se examinar amostras de solo de 30 cm x 30 cm por 15 cm de profundidade utilizando-se uma peneira e procurando por insetos. Para a larva-arame, medias de controle devem ser adotadas se dois ou mais insetos forem detectadas por amostra. A média de uma larva pôr amostra é suficiente para causar dano significativo. Neste caso, o tratamento do solo com inseticidas é necessário.


Para a simples detecção da presença de insetos no campo, pode-se proceder da seguinte maneira: tomar cerca de 200 g de sementes sem tratamento e enterrar em locais, com identificação, dentro da área a ser cultivada e cobrir com um pedaço de plástico transparente; alguns dias depois, desenterrar o material e procurar por insetos. No caso de cupins subterrâneos, examinar pedaços de colmo ou sabugos de milho da cultura anterior ou pode-se enterrar pedaços desses materiais ou mesmo rolo de papel higiênico (sem cor e perfume) em pontos estratégicos e após alguns dias examinar o material visando detectar a presença de insetos.


Monitoramento de pragas iniciais e do período vegetativo - Sendo realizado o tratamento de sementes, esse levantamento pode ser iniciado a partir da terceira semana após a semeadura do milho. A detecção de cigarrinhas pode ser feitao através de exame direto ou utilizando-se rede entomológica. Para se estimar densidades com maior precisão pode-se usar o método do saco plástico. Neste caso, se em áreas e/ou condições de risco de incidência de enfezamentos e viroses, recomenda-se fazer o controle quando detectado a presença dos insetos.

No caso da incidência da lagarta-do-cartucho, lagarta-elasmo, broca-da-cana ou lagarta-rosca, deve-se estimar a incidência contando-se o número de plantas atacadas em 10 m de fileira e adotar medidas de controle em função do nível de dano. Para o controle da lagarta-do-cartucho, existem recomendações de amostragemns seqüencial.Monitoramento de pragas de solo - deve-se examinar amostras de solo de 30 cm x 30 cm por 15 cm de profundidade utilizando-se uma peneira e procurando por insetos. Para a larva-arame, medias de controle devem ser adotadas se dois ou mais insetos forem detectadas por amostra. A média de uma larva pôr amostra é suficiente para causar dano significativo. Neste caso, o tratamento do solo com inseticidas é necessário.


Algumas estratégias de manejo indicadas são: tratamento de sementes, seletividade de inseticidas, aplicação de inseticidas via água de irrigação e o controle biológico.