Moagem no Centro-Sul será de 600 milhões de toneladas na safra 20/21, projeta Agroconsult
11-03-2020

Aumento é de 1,7% em relação à temporada anterior; projeção tem como base o índice de vegetação dos canaviais da região

A Agroconsult projeta a moagem de 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil na safra 20/21. Em relação à temporada passada, o aumento é de 1,7%. Os modelos de projeção – baseados no índice de vegetação dos canaviais da região – mostram a possibilidade de uma safra maior, por volta de 620 milhões de toneladas.

No entanto, para que a safra seja maior, será preciso que se confirmem as previsões de chuva em março e abril e, além disso, que não ocorram geadas fortes durante o inverno. De maneira geral, o volume de chuva está acima da média histórica em todas as regiões que compõem o Centro-Sul. “Faltou um pouco de chuva no início do crescimento das lavouras, depois compensado pelo verão mais chuvoso do que a média”, diz Fabio Meneghin, sócio analista da Agroconsult.

Segundo Meneghin, deve-se ainda considerar que, apesar dos recentes plantios de novas variedades, a taxa de renovação continua abaixo do ideal, mantendo elevada a idade média do canavial – o que limita o aumento da moagem. “A taxa de renovação não tem sido suficiente para conter o envelhecimento das lavouras”, avalia. No entanto, os índices de vegetação acumulados estão bem acima dos observados no ano anterior, indicando maior crescimento dos canaviais.

A produção de açúcar deve ser de 30,1 milhões de toneladas (12% maior que a safra anterior) e a de etanol de cana de 30,6 bilhões de litros, resultado 6% menor se comparado à temporada anterior. No entanto, o etanol de milho deve ter um crescimento de 47% - saindo de 1,6 bilhão de litros na temporada 19/20 para 2,4 bilhões de litros em 20/21.

Segundo levantamento da Agroconsult, a produtividade média estimada é de 76,8 toneladas por hectare, desempenho 1% maior em relação à safra anterior. “A expectativa de crescimento da produtividade se mantém, mas a crise do petróleo e a disseminação do coronavírus trazem muitas dúvidas e incertezas sobre os preços do açúcar e do etanol, influenciando diretamente no mix de produção, nas margens das usinas e no endividamento do setor sucroenergético”, observa Meneghin.