Mosca-dos-estábulos será tema do 12º Insectshow, praga que tem criado animosidade entre pecuaristas e usinas
27-06-2016

Setor canavieiro já trabalha para minimizar problemas

Na última década, surtos de mosca-dos-estábulos têm causado sérios prejuízos, não somente para pecuaristas próximos as unidades sucroenergéticas, como também para as usinas em si. Somente nos últimos anos, dezenas de casos foram registrados em municípios do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
O setor pecuário aponta o sucroenergético como o principal responsável por esses surtos e, consequentemente, pelos seus prejuízos econômicos, que podem atingir US$ 350 milhões anualmente, devido à queda no ganho de peso dos animais, que varia de 10% a 30%, e diminuição na produção de leite, que pode chegar a 60%.
Essa “culpa” se deve principalmente ao crescimento expressivo do setor canavieiro nas últimas décadas, que se expandiu para áreas anteriormente ocupadas por pastagens. Além disso, de alguns anos para cá, houve uma maior quantidade na utilização de subprodutos orgânicos, como torta de filtro e vinhaça. Aliados, esses fatores fizeram com que a mosca-dos-estábulos encontrasse, nas usinas, locais propícios para se desenvolver e reproduzir.

Após seu desenvolvimento, esse inseto-praga parte em busca de alimentos, o que ocasiona o aumento de sua quantidade em fazendas de gado, sua principal fonte de alimentação. Por ser um inseto de fácil dispersão, voando de 8km a 15km em menos de duas horas, até mesmo fazendas não tão próximas as usinas podem registrar surtos.

Para as unidades sucroenergéticas, os impactos negativos se dão pelos gastos com o manejo, que visa minimizar os níveis de infestações. Nos municípios onde há o registro de surtos, cada usina chega a gerar um investimento de R$ 100 mil a R$ 500 mil reais com ações de combate. Além disso, a imagem do segmento é manchada e processos indenizatórios são cada vez mais frequentes. Até mesmo casos extremos estão sendo registrados, em que pecuaristas chegam a queimar milhares de hectares de cana-de-açúcar como retaliação.

Entre as ações que já estão sendo adotadas pelas usinas, estão:

- Evitar vazamento de vinhaça nas tubulações de irrigação;
- Evitar acúmulo de resíduos nas caixas de passagem;
- Aplicar cal periodicamente nos pontos onde há vazamento ou acúmulo de vinhaça;
- Drenar ou cobrir as poças de vinhaça com uso de trator com lâmina;
- Remover a palha;
- Eliminar palha nas curvas de nível;
- Cultivar a palha com o objetivo de incorporar essa ao solo;
- Manter o volume de vinhaça aplicada o mais baixo possível - dessa forma, a disponibilidade de umidade e matéria orgânica adicionada à palhada se reduzirá e, consequentemente, a procriação e desenvolvimento dessa espécie alvo;
- Utilizar rapidamente a torta de filtro - na impossibilidade, deve-se providenciar o tratamento com larvicida, direcionado à faixa ideal de concentração de umidade e reprodução para as moscas; outra alternativa é a compostagem;
- Tratar via Atomização e Termonebulização as áreas sombreadas.

A convivência e o controle da mosca-dos-estábulos serão um dos temas abordados no 12° Seminário sobre Controle de Pragas de Cana (Insectshow), que acontece no Centro de Convenções de Ribeirão Preto, nos dias 13 e 14 de julho. As inscrições podem ser feitas pelo site: www.ideaonline.com.br, onde também é possível obter mais informações sobre o evento.

SERVIÇO - 12º INSECTSHOW

Data: 13 e 14 de julho
Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto
Endereço: Rua Bernardino de Campos, 999, Centro
Mais informações e inscrições: (16) 3211-4770/ www.ideaonline.com.br

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