MPB agiliza a adoção de novas variedades de cana
05-10-2015

O Instituto Agronômico (IAC) é pioneiro no sistema de Muda pré-brotada (MPB), o pesquisador Mauro Alexandre Xavier, um dos responsáveis pelas pesquisas na área, diz que o setor de produção de cana no Brasil está atualmente se estruturando para um importante avanço na utilização de novas variedades. Dentro desse contexto, o sistema MPB é uma das “tecnologias e inovações” que possibilitam a multiplicação de forma rápida de novos pacotes varietais. Essa dinâmica, segundo ele, é de peculiar importância, pois permitirá que os ganhos genéticos dos programas de melhoramento rapidamente sejam convertidos em ganhos econômicos, contribuindo para alavancar o setor de produção.

Xavier observa que a taxa de renovação dos canaviais atualmente ocorre na média de 10 a 15%, portanto é necessário para a atualização do plantel varietal de um robusto e criterioso planejamento na formação de áreas de multiplicações, os chamados viveiros. Esse planejamento inicia-se pela recuperação da “cultura” de formação, manejo e utilização de material de propagação de qualidade. “Esse é o processo em curso atualmente, a partir, por exemplo, da utilização do MPB. Dentro dessa base acreditamos que o MPB tem evoluído e contribuído com a proposta de fortalecimento da base do processo.”


O pesquisador explica que para as instituições e empresas de desenvolvimento de variedades que estão realizando melhoramento genético, o MPB permite a incorporação rápida desses ganhos genéticos, tornando o setor mais produtivo.
Xavier salienta que a seleção de novas cultivares na visão da equipe de melhoramento do Programa Cana IAC continuará focada na indicação regionalizada, com peso especial para os atributos biométricos associados a adaptação ao processo de mecanização, manutenção da população de colmos, tolerância a pragas, enfim uma robusta caracterização fenotípica amparada em uma ampla rede de experimentação. O MPB nesse caso é um dos veículos que terá o papel de conduzir em alta velocidade o principal insumo biológico do processo, as modernas variedades.

Sobre o desempenho dessas novas variedades no sistema MPB, Xavier diz que de forma geral, independente da sigla da variedade, o MPB permite “zerar” o jogo no seu estágio inicial, ou seja, interfere positivamente no momento da implantação de uma nova área de cana-de-açúcar. “Logicamente se há novas opções de variedades ‘modernas’, é natural que o sistema seja indicado para estabelecer estratégias que possibilitem agregar ganhos oriundos de todos os programas de melhoramento em atividade atualmente no Brasil. Portanto, é um sistema que de certa forma inclui todas as instituições e empresas de desenvolvimento de variedades e permite com que o setor sucroenergético seja o principal beneficiado em utilizar os produtos melhorados”, observa.

Para o futuro, analisa o pesquisador, a expectativa é que haja um amplo esforço de todo o setor em busca de novos sistemas de produção, em que o MPB seja apenas uma engrenagem contribuindo em uma etapa na base do processo, o que naturalmente abre oportunidade de agregar os diversos desdobramentos ao longo do ciclo de produção.

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