Muito obrigada, Doutor Cícero!
07-06-2016
Cícero Junqueira Franco e seus parceiros, os outros “pais” do ProÁlcool, mudaram a matriz energética brasileira e turbinaram o setor sucroenergético
Luciana Paiva
A última vez que encontrei o empresário Cícero Junqueira Franco foi em 22 de setembro de 2015 na 15ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, ocorrida no Grand Hyatt, na capital paulista. Doutor Cícero, como era chamado, seria homenageado, juntamente com outras 26 personalidades, pela Datagro Consultoria com o Prêmio 40 Anos de Etanol.
Ao lado de seu filho, Celso Torquato Junqueira Franco, presidente da União dos Produtores de Bioenergia (Udop), Doutor Cícero e eu conversamos mais uma vez sobre o ProÁlcool e seus desdobramentos. Discorrer sobre o tema deixava o empresário ainda mais empolgado.
Doutor Cícero não destacou sua participação no desenvolvimento do Programa, mas lembrou a presença decisiva do professor Urbano Ernesto Stumpf, conhecido como o "pai do motor a álcool" e sua dedicação aos estudos sobre o uso do álcool em motores a combustão. Durante quatro anos, sob a orientação de Stumpf, técnicos do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento - IPD e do Centro Técnico Aeroespacial - CTA de São José dos Campos, SP, testaram todos os motores disponíveis no mercado, para verificar seu desempenho com o álcool. Foram seus estudos que possibilitaram adicionar quantidades de álcool anidro à gasolina, diminuindo sensivelmente o consumo do combustível derivado do petróleo.
O sucesso do Proálcool contou com uma série de invenções de Stumpf, devidamente patenteadas: um carburador com corpo em material plástico, sem canais ou roscas; um turbocompressor acionado apenas pela energia do sopro gerado pela abertura da válvula de escape; um sistema que permite a saída de gases de admissão de um cilindro de motor à combustão interna; e um dispositivo para carburação combinada de combustíveis (gasolina e álcool), entre outras.
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