Muitos produtores de cana e profissionais de usinas ainda são reticentes ao uso de micronutrientes

30-08-2016

Por ser uma cultura semiperene, que não é renovada anualmente, e também por conta da colheita da cana crua, a cana-de-açúcar produz grandes volumes de matéria seca por hectare por ano. Essa matéria beneficia os microrganismos do solo e proporciona uma maior atividade orgânica, o que é benéfico do ponto de vista nutricional e conservacionista.

De acordo com o especialista agronômico Luiz Eduardo Salgado, estudos indicam que a cana é a cultura de maior potencial de produção vegetal, podendo atingir próximo de 300 toneladas por hectare/ano. Entretanto, no Estado de São Paulo, a média de produção obtida nos últimos anos está entre 70 e 80 toneladas por hectare – número bem abaixo ao potencial da cultura.

“Isto mostra que temos um grande desafio na cultura canavieira, como também em culturas de cereais. Não chegamos a atingir o potencial genético das plantas”, sublinha Salgado.

Algumas ferramentas podem ser utilizadas para potencializar o desenvolvimento da cultura, como os micronutrientes, por exemplo. No entanto, segundo ele, ainda se encontra muitos canavieiros reticentes quanto à adoção do uso desta alternativa.

O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) apresentou resultados de pesquisas com utilização de Zinco em cana-de-açúcar, que obteve ganhos de produtividade quando aplicado no plantio. Entretanto, essa prática ainda não é amplamente adotada.

Outra estratégia que contribui para o desenvolvimento da planta é a construção de perfil de solo, que pode propiciar que as raízes cheguem abaixo de 2 metros de profundidade, reduzindo quebras de safra por veranicos.

“Portanto, acredito que seja necessário repensar a maneira como produzimos cana-de-açúcar atualmente e como podemos ser mais eficientes e buscar atingir níveis de produtividade superiores, de forma a aumentar a lucratividade do agricultor neste setor”, conclui Salgado.

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