Mundo cada vez mais centenário é um desafio para a agricultura
31-10-2017

Estudo mapeou os principais desafios no ambiente rural, identificando oito prioridades

Andréia Vital

“O número de pessoas com 80 anos ou mais será quatro vezes maior em 2050, chegando a 400 milhões. É uma grande mudança, que impacta vários setores, inclusive a agricultura”, afirmou Patrícia Ellen, sócia do setor público e social da consultoria internacional McKinsey & Company, ao apresentar os desafios de um planeta cada vez mais centenário no Congresso de Inovação 2017 – Megatendências 2050, realizado recentemente pelo Centro Universitário FEI, em São Bernardo do Campo-SP. Em sua segunda edição, o evento, que teve como tema "A Cidade e o Campo Inteligentes, para uma melhor qualidade de vida", mostrou uma abordagem ampla sobre as integrações entre o ambiente rural e o urbano e as perspectivas de futuro.

Patrícia explicou que as megatendências que afetam o mundo, como envelhecimento da população, aceleração da urbanização e da tecnologia e mudanças no sistema de trabalho, acontecem mais rapidamente no Brasil e, embora o país tenha somado conquistas e evoluído nos últimos anos, ainda há muito o que se fazer. “O Brasil cresceu em população, não em produtividade, e será necessário fazer adaptações diante da transformação em curso e já estamos atrasados para pensar nas soluções”, assegurou.

Segundo ela, a população brasileira envelheceu antes de atingir o ápice da prosperidade, ao contrário de outros países, como a Suécia e o Japão, e que, em 2065, a pirâmide etária do Brasil será semelhante à do país asiático de hoje, com nove vezes mais nonagenários e menos da metade de jovens. “Será necessário trocar a turbina do avião com ele voando”, elucidou, reforçando a necessidade de implantações de iniciativas para atender às demandas futuras.

Na ocasião, destacou o estudo técnico "Internet das Coisas: Um Plano de Ação para o Brasil", que servirá de base para o Plano Nacional de IoT (Internet of Things/Internet das Coisas) para o período 2018-2022, que visa a promover o desenvolvimento e o crescimento econômico, executado pelo consórcio liderado pela consultoria, com a Fundação CPqD, e o escritório Pereira Neto|Macedo Advogados a pedido do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

O estudo mapeou os principais desafios no ambiente rural, identificando oito prioridades: uso eficiente de recursos naturais e insumos; uso eficiente de maquinário; segurança sanitária e bem-estar animal, produtividade humana; fundiário; ambiente regulatório, volatilidade e transparência dos preços e infraestrutura. “Os quatro primeiros são os que têm mais impacto da aplicação de tecnologia e estimamos que, até 2025, devem receber investimentos de US$ 5 a 21 bilhões”, disse, lembrando que o relatório aponta também a necessidade de se aumentar a produtividade em, pelo menos, 25% da produção e diminuir em 20% o uso de insumos (agrotóxicos, fertilizantes etc.).

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