Na última semana de julho, alta do real e do açúcar resultaram cotações acima de R$1.500 por tonelada, aponta Itaú BBA
05-08-2020

Sob a perspectivas de preços, o açúcar em NY está com preços superiores as médias de 30 e 60 anteriores para a safra 21/22

Os preços do 1° vencimento do VHP se estabeleceram durante todo o mês de julho entre o intervalo entre USc 11,5/lp até 12,6c/lp. Ao que parece, o mercado encontrou um intervalo de valores cujo fundamento encontra-se entre a maximização do mix de açúcar das usinas brasileiras e a entre safra do hemisfério norte. Observou o Relatório Agro, divulgado nesta terça, 4, pelo Itaú BBA.

Quanto aos preços em moeda nacional, a volatilidade do Real manteve as cotações também num intervalo entre R$ 1.380 à R$ 1.450 por tonelada durantes maior parte do mês. Contudo, na última semana de Julho, o câmbio e a alta expressiva do adoçante resultaram cotações acima de R$1.500 por tonelada.

Mesmo com grandes volumes de açúcar e com preços atrativos vindos do Brasil, os fundos especulativos mantiveram suas posições compradas líquidas entre 78–88 mil contratos em função do otimismo quanto às compras dos países como China e Indonésia. Soma-se a isso a disponibilidade reduzida na região asiática dado ao clima desfavorável tailandês, que poderá ter trazer reduções significativas na disponibilidade de açúcar do país. Vale destacar que a Tailândia fica apenas atrás do Brasil quanto ao volume exportado de açúcar no mundo.

Em relação à safra no Brasil, até a 1° quinzena de julho a moagem acumulada somou 283 milhões de toneladas, aumento de 4,5% frente ao acumulado da safra passada. O mix de ATR para o açúcar correspondeu à 46,7%, totalizando uma produção de 16 milhões de toneladas. Além do aumento da moagem, a qualidade da matéria-prima (ATR) também ajudou a explicar os maiores ganhos de processamento da cana.

O clima mais seco dos últimos meses favoreceu a velocidade da colheita e também a qualidade da cana dentro da usina. Devido a esse ganho operacional no campo, a safra pode ser mais curta. Segundo a UNICA, a 2ª quinzena de julho pode acumular metade da moagem a ser colhida em 20/21. Entretanto, nos próximos meses deverão ser colhidos os canaviais mais velhos, cujas chuvas no período ideal foram abaixo do necessário e poderão refletir numa piora do rendimento industrial. A atenção também se volta para a próxima safra, visto que o canavial que já foi colhido não recebeu chuvas adequadas para rebrota, a carretando numa possível redução de produtividade para a safra21/22, caso as chuvas não voltem a normalidade.

 Em relação aos preços futuros, o espaço para maiores ganhos parece limitado à cUSD 13,5-14/lp. Dado que, a partir de outubro a índia inicia sua produção de açúcar e a combinação entre os incentivos indianos e a Rúpia fazem com que valores acima do intervalo descrito favoreçam um escoamento do açúcar do país. Lembrando que a próxima safra indiana deve trazer uma recuperação da produção de açúcar, visto que o regime de chuvas até o momento segue normal.

Ainda sob a perspectivas de preços, o açúcar em NY está com preços superiores as médias de 30 e 60 anteriores para a safra 21/22. A combinação com o Real resulta na tonelada do adoçante a patamares acima deR$1.500,0. Esses níveis de preços (se devem à taxa de câmbio desvalorizada e podem ser uma oportunidade de fixação para às usinas fixarem margem e receita já para as próximas safras.

Fonte: CanaOnline com informações do relatório Itaú BBA - Agro Mensal -