Negócios estão aquecidos na Bahia Farm Show
14-06-2024
Fabricantes de máquinas e fertilizantes enxergam produtores com alto poder de investimento
Por Marcos Fantin — Luís Eduardo Magalhães (BA)
A Bahia Farm Show começou na segunda-feira (10/6) e vai até este sábado (15/6), mas já é possível deduzir que a feira está quente nos negócios entre produtores e empresas expositoras. Fabricantes de máquinas, como John Deere, Massey Ferguson e Jacto, além da Galvani Fertilizantes, demonstraram que, na metade da feira, as expectativas de movimento foram superadas.
Os produtores rurais são quem ditam o ritmo de negócios da feira em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia. Aliás, mais de um revendedor cita a cidade como um ótimo pólo para atrair negócios, já que a feira não recebe um número alto de turistas, mas sim em sua maioria agricultores dispostos a equipar suas propriedades, seja com maquinários, implementos ou insumos.
O gaúcho Frederico Vasconcelos chegou ao município de Jaborandi, no oeste baiano em 1982, e participa da Bahia Farm Show desde a primeira edição, em 2004. “Sempre aproveito a oportunidade da feira para fechar negócios e melhorar minha propriedade. Esse ano específico vim atrás de tratores e plantadeiras”.
Com calma e conversas minuciosas, Vasconcelos já fechou contratos de trator, colheitadeira, equipamentos de armazenamento e de silos para aprimorar sua fazenda de 12 mil hectares que está em obras. Seu filho, também produtor rural, revela que em Jaborandi, a família planta 3140 hectares de soja e 860 de algodão.
Mesmo com a falta de chuva nos últimos meses, a média de produção da safrinha foi alta na região. A boa lucratividade dos produtores do oeste baiano, apesar dos preços desfavoráveis dos grãos, também tem impulsionado os negócios, revela Duili Fernando, gestor operacional da Revemar Campo, concessionária da Massey Ferguson.
Fernando pondera que as maiores dificuldades estão relacionadas aos créditos de bancos, diante do iminente lançamento do Plano Safra, “o que atrasa as negociações por conta de taxas de financiamento e recursos de bancos limitados”.
O Bradesco, porém, já enxerga a edição de 2024 acima de 2023 em relação à demanda de pequenos, médios e grandes produtores, afirma Pablo Rodrigues, gerente regional de agronegócios do Bradesco. “Protocolamos produtos mais específicos como tratores e implementos e nos preparamos para receber produtores que precisam acessar créditos agrícolas”.
A 18ª edição da feira já é a responsável pelo maior fluxo de clientes da história da Galvani Fertilizantes, garante Marcelo Silvestre, diretor-presidente da companhia. “Aqui é a região mais importante para a Galvani”, diz o presidente, referindo-se ao oeste da Bahia, sul do Tocantins, sul do Piauí e sul do Maranhão.
Durante um “happy hour” no terceiro dia de feira, Silvestre revela que praticamente todos os clientes convidados compareceram e além disso, fecharam negócios com a empresa. “Faz muito sentido estar no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), porque é a região que mais cresce no Brasil em produção de soja, milho e algodão”, complementa.
A Galvani investe mais na Bahia Farm Show do que em qualquer outra feira e está acima da meta de negócios. “Eu considero essa região a mais tecnológica do país. Nós colocamos muita tecnologia no nosso produto e os produtores aceitam isso, impulsionam o nosso desenvolvimento tecnológico”, complementa Jailton Sobral de Andrade, diretor comercial da Galvani.
A feira cria um ambiente favorável para fazer negócios. É o que afirma o produtor Marcelino Flores Oliveira, que chegou em 1984 à região e vive em Luís Eduardo Magalhães. Ele possui 10 fazendas espalhadas pelo oeste da Bahia, com propriedades em Roda Velha, São Desidério, Formosa do Rio Preto e outros municípios.
“Apesar da agricultura não atravessar o auge, estamos vendo os negócios voltando a um bom patamar em relação às condições para produtores”, diz ele que, além de produtor, é fundador da Agrosul Máquinas, concessionária da John Deere no Oeste da Bahia e Piauí.
Fonte: Globo Rural