Nematicidas são as ferramentas mais eficientes no controle de nematoides
19-04-2023

A ADAMA e o CTC realizaram dias de campo para apresentar a plataforma de biossoluções que alia o recém-lançado bionematicida Protege ao ExpertGrow, produto voltado à bioestimulação de plantas
A ADAMA e o CTC realizaram dias de campo para apresentar a plataforma de biossoluções que alia o recém-lançado bionematicida Protege ao ExpertGrow, produto voltado à bioestimulação de plantas

Detratores de produtividade agrícola, nematoides devem ser controlados no sulco de plantio e durante o tratamento de soqueiras

Com prejuízos que podem passar de R$ 35 bilhões por ano, os nematoides constituem um dos principais problemas fitossanitários do agronegócio brasileiro. Estimativas apontam que somente a lavoura canavieira perde cerca de R$ 12 bi/ano com o ataque desses parasitas. No entanto, embora sejam considerados como um dos principais detratores de produtividade agrícola da cultura, os nematoides seguem negligenciados por grande parte dos produtores rurais e usinas brasileiras, principalmente pelo fato de serem invisíveis a olho nu e por produzirem “sintomas” que podem facilmente ser confundidos com deficiências nutricionais.

Pensando nisso, a ADAMA, em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), realizou durante o mês de março uma série de dias de campo voltados a apresentar sua plataforma de biossoluções, que alia seu recém-lançado bionematicida Protege ao ExpertGrow, produto voltado à bioestimulação de plantas.

Ao longo dos eventos, o público presente – formado por produtores, profissionais de usinas e consultores – pôde conferir in loco os benefícios proporcionados pelas biossoluções da ADAMA em combinação com as variedades geneticamente modificadas do CTC (canas BT). Além disso, os participantes tiveram a oportunidade de acompanhar uma palestra sobre o manejo correto dos nematoides em cana-de-açúcar, ministrada pelo consultor em nematologia da BBCN – Consultoria Nematológica, Bruno Flávio Figueiredo Barbosa.

Segundo ele, quatro espécies de nematoides assumem destaque em relação aos prejuízos que podem causar nos canaviais brasileiros: Meloidogyne incognita e M. javanica (nematoides das galhas) e Pratylenchus zeae e P. brachyurus (nematoides das lesões radiculares). “É raro conduzir uma análise nematológica em uma área de cana-de-açúcar e não encontrar, ao menos, uma dessas espécies.” Ele lembra, ainda, que os ectoparasitos (Helicotylenchus dihystera, Criconemella spp., Xiphinema spp., entre outros) também são bastante frequentes, mas pouco estudados quanto aos danos causados.

O consultor explicou que o Pratylenchus zeae pode ser encontrado em mais de 90% dos canaviais brasileiros. No entanto, seu potencial de dano é menor quando comparado ao do P. brachyurus, por exemplo. “Dessa forma, uma população menor de P. brachyurus será capaz de causar mais prejuízos do que uma população alta de P. zeae. O mesmo acontece com as espécies de Meloidogyne. M. incognita é mais comumente observada nos levantamentos, apesar de M. javanica ser mais agressiva, até mesmo na comparação com as espécies de Pratylenchus.”

Com base nessas informações, Barbosa ressaltou que os nematoides, independente da espécie, podem ser encontrados nos mais diversos tipos de solo, caindo por terra a crença do setor de que esses parasitas apenas se fazem presentes em solos arenosos. “O que acontece é que o potencial de dano em solos leves é maior, pois eles favorecem o parasitismo da praga.”

Também se engana quem pensa que apenas a “morte” da planta é sinal da presença de nematoides. Pelo contrário. O consultor em nematologia esclareceu que o nematoide é um parasita obrigatório, que precisa de célula viva para se alimentar, ou seja, ele não tem a menor intenção de “matar” a planta. “Os sintomas de altas infestações incluem canaviais irregulares e pouco produtivos (especialmente em áreas que, supostamente, deveriam estar produzindo bem mais), além de parte aérea amarelada (sintoma exclusivo do período seco).”

Com tantos prejuízos, os produtores e usinas devem ficar atentos ao manejo, que pode aliar métodos químicos, biológicos e culturais (revolvimento do solo e rotação com outras culturas, especialmente Crotalaria spectabilis; além do uso de variedades de soja resistentes às espécies de Meloidogyne, quando presente nas áreas, durante a renovação do canavial). No entanto, é importante frisar que a “arma” mais poderosa no combate a esses parasitas é, sem dúvida, os nematicidas, aplicados tanto no sulco de plantio como no tratamento de soqueiras.

“É um absurdo fazer o controle de nematoides apenas no sulco de plantio. Estudos comprovam que a população de nematoides consegue se reestabelecer no solo ao longo do ano, principalmente em touceiras que receberam a aplicação do nematicida durante sua formação, uma vez que um sistema radicular mais robusto agirá como uma fonte maior de alimentação e, consequentemente, de reprodução.”

Protege, fungicida e bionematicida da ADAMA entrega vigor e sanidade aos canaviais

A ADAMA lançou em maio do ano passado o Protege, um fungicida e nematicida microbiológico composto por uma combinação tripla de bactérias (Bacillus thuringiensis + Bacillus velezensis + Bacillus amyloliquefaciens) com diferentes modos de ação sobre os nematoides e as principais doenças de solo, protegendo a produtividade e construindo um ambiente produtivo favorável para o desenvolvimento das plantas.

O consultor em nematologia, Bruno Flávio Figueiredo Barbosa, conduziu uma série de ensaios com a biossolução da ADAMA. Segundo ele, em todos os testes, Protege reduziu as infestações de nematoides – com mais eficiência do que os nematicidas químicos quando a aplicação foi feita durante o período de estiagem -, controlou as doenças de solo e melhorou o desenvolvimento da cultura, esse último graças a sua característica bioestimulante.

“Constatamos ainda um bom desempenho do produto em épocas não tão recomendadas para a aplicação de nematicidas químicos, como nos meses mais secos do ano. Isso ocorre em função da estrutura de resistência presente na formulação, que preserva os microrganismos até o retorno das chuvas, que impulsionarão, não somente o desenvolvimento radicular, como também as populações de nematoides.” No entanto, ele frisa que o período mais recomendado de aplicação é no início das águas.

Além desse período residual, Protege se destaca ainda por sua formulação SC (Suspensão Concentrada), que facilita o manuseio e preparo da calda. O produto também possui um longo armazenamento (Shelf Life): 36 meses em temperatura ambiente (não refrigerado).