No setor sucroenergético, falta ênfase em tecnologia e planejamento de longo prazo

05-10-2015

O diretor do Grupo IDEA, Dib Nunes Jr, analisou as empresas do setor sucroenergético e apontou os principais problemas das usinas sucroenergéticas e os pontos que podem ser trabalhados para que as unidades possam superar seus desafios, principalmente no que diz respeito ao manejo varietal.

Dib faz o seguinte diagnóstico:
- a principal preocupação é financeira;
- na área agrícola, o mais importante é o operacional;
- para a alta direção, há maior prioridade para itens e análises que envolvem valores econômicos, como dívidas em geral, custo de produção e mercado de açúcar e etanol;
- pouca ênfase em tecnologia;
- pouco planejamento de longo prazo;
- não há correta avaliação do desempenho varietal quanto às variedades mais produtivas e ricas. "Além disso, para identificar as melhores variedades não é analisado profundamente o banco de dados";
- poucos relatórios e análises sobre o desempenho varietal;
- muito interesse em coisas que proporcionam resultados em curto prazo;
- resistência por parte das gerências, que se mostram céticas em relação às recomendações que os consultores e instituições fazem, pois, muitas vezes, envolvem mudanças de procedimentos e saída da rotina;
- muita pressão para redução de custos. "Se esquece que a melhor maneira de reduzir custos é através do aumento do teor de sacarose";
- poucos cases de sucesso comprovados sobre estratégias de manejo varietal para mostrar. "É preciso buscar os resultados através de análises de desempenho varietal em diferentes situações de cultivo. Estão vendendo o peixe muito mal".
- na maioria das vezes, faltam métodos apropriados de apuração que não deixem dúvidas quanto aos resultados.
Segundo Dib, as unidades precisam implementar algumas ações que possibilitem a superação dos desafios enfrentados no que diz respeito ao manejo varietal. Ele sugere os seguintes procedimentos:
- apresentar modelos de avaliação de fatores que influem no desempenho das variedades, principalmente aqueles que envolvem grandes somas financeiras;
- mostrar cases de sucesso em que o uso da gestão estratégica das variedades tenha trazido retorno significativo;
- usar linguagem que desperte interesse: retorno de curto prazo ("$$");
- implantar projetos que permitam uma adequada avaliação do desempenho de variedades;
- elaborar um plano diretor de manejo varietal com metas de ganhos de produtividade e teor de sacarose.

Veja mais notícias na Revista CanaOnline, visualize no site ou baixe grátis o aplicativo para tablets e smartphones – www.canaonline.com.br.