Nos Bioparques de energia da Raízen, nada mais é desperdiçado
19-08-2022

Torta de filtro, vinhaça, palha e bagaço se tornam insumos para a produção de novos produtos, como etanol de segunda geração (E2G), biogás, biometano e bioeletricidade

A Raízen não possui mais unidades sucroenergéticas, muito menos usinas, mas bioparques de energia. Em suas 35 unidades espalhadas por São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, produz muito mais do que açúcar e etanol.

Segundo a Gerente Industrial da Unidade Rafard, Amanda Cardoso Lima, a economia circular adotada já permite que os resíduos dos processos (torta de filtro, vinhaça, palha e bagaço) se tornem insumos para a produção de novos produtos, como etanol de segunda geração (E2G), biogás, biometano e bioeletricidade. “Nada mais é desperdiçado”, afirma.

Na última terça-feira (16), Amanda participou do encontro “Tempos modernos – das inovações do canavial aos novos produtos da cana”, realizado pela CanaOnline, juntamente com o Cana Substantivo Feminino, e que reuniu diversos pesquisadores e profissionais de usina para um profundo debate sobre as inovações agrícolas, industriais e administrativas que compõe a nova realidade do setor sucroenergético nacional.

O evento integrou a programação oficial da Fenasucro & Agrocana 2022. Durante sua fala, Amanda comentou os planos de expansão da Raízen para os próximos anos. Até 2024, a companhia espera estar com quatro plantas de E2G em operação nas seguintes unidades: Costa Pinto (já inaugurada), Bonfim (Guariba/SP), Barra Bonita (Barra Bonita/SP) e Univalem (Valparaíso/SP). A capacidade de cada nova planta será de 82 milhões de litros. “Lembrando que essa produção extra de etanol será possível sem que seja necessário plantar um hectare a mais de cana-de-açúcar, pois utilizaremos o bagaço para produção do biocombustível.”

Já a vinhaça e a torta de filtro - muito utilizadas para fertirrigar e adubar os canaviais, respectivamente – agora são matérias-primas para a geração de bioeletricidade e de biometano, um gás renovável que serve como substituto do gás natural, diesel ou gás liquefeito de petróleo (GLP), com potencial para reduzir em mais de 90% as emissões diretas de gases de efeito estufa. “Estamos construindo uma nova planta de biogás em Piracicaba/SP, cujo foco será o biometano. A unidade terá capacidade para produzir 26 milhões de metros cúbicos por ano”, afirmou a profissional. “Toda a produção dessa nova planta foi comercializada para a Yara Brasil Fertilizantes e para a Volkswagen do Brasil, em contratos de longo prazo.” A inauguração está prevista para 2023.

Confira o vídeo com a Amanda