Nova safra canavieira pode quebrar ao redor de 10% em relação à safra 2017/18, aponta Grupo IDEA
04-05-2018

A baixa precipitação pluviométrica no período entre outubro de 2017 a este mês de abril agravou a situação

“Os primeiros registros da colheita de cana na região Centro-Sul do Brasil, dão conta de uma quebra de produção altamente significativa.A baixa precipitação pluviométrica no período entre outubro de 2017a este mês de abril agravou a situação”, observa Dib Nunes Jr, presidente do Grupo IDEA.

Dib salienta que o setor passa por grandes dificuldades devido à crise criada pelo governo do PT ao aplicar um congelamento branco de preços nos combustíveis como estratégia (fracassada) de controle da inflação.O etanol cujos preços são atrelados ao da gasolina, desde 2010 a 2015 foi submetido a uma forte interferência do governo federal o causou um enorme rombo nas finanças das empresas.Com isso, reduziram-se as reformas e os tratos culturais e muitos produtores até já desistiram da plantação de cana.”

O consultor ressalta que a recente estiagem que se abateu sobre o setor repetiu o fenômeno observado em março e abril de 2014, quando as temperaturas máximas estiveram muito acima das medias históricas em mais de 4 graus centígrados, causando um stress elevado na cana, que apresentou uma evapotranspiração maior que a sua capacidade de absorver a água disponível do solo.

“Nas regiões onde a terra é arenosa, a umidade se esgotou mais rapidamente. As regiões de Presidente Prudente, Araçatuba Jau, Araraquara e São Jose do Rio Preto foram as mais afetadas e a cana parou de crescer mais cedo, interrompendo o acumulo de massa. Se não voltar a chover com certa abundância em maio e junho a quebra de produção tenderá a agravar-se.A safra nestas regiões, iniciada em meados de abril na maioria das localidades, já mostrou acentuada quebra de produtividade, que deve se refletir na quantidade de cana moída.As regiões produtoras de Minas Gerais e Goiás ainda não apresentam a mesma quebra observada nosestados de São Paulo e Paraná, cujas produtividades estão abaixo das médias esperadas”, informa.

Na análise do IDEA, a continuar assim, a safra no Centro-Sul poderá terminar com uma quebra média acima de 10%. “A estimativa de momento aponta que a produção poderá cair entre 20 milhões e 40 milhões de toneladas, reduzindo-se a 550 milhões a 570 milhões de toneladas de cana, na melhor das hipóteses.Esta quebra poderá retirar do mercado cerca de seis milhões de toneladas de açúcar. Esta é uma péssima notícia para quem precisa pagar as suas contas que se acumularam nos últimos anos, atingindo uma expressiva soma de 80 bilhões de reais”, afirma Dib.

O Brasil é o maior produtor de açúcar do mundo e exporta cerca de dois terços do que produz.O Grupo IDEA está concluindo a sua pesquisa de estimativa de safra e deverá divulgar seus números finais dentro de alguns dias.