Nutrição estratégica e manejo adequado garantem qualidade na colheita da cana-de-açúcar
24-01-2025

Agrônomo orienta sobre nutrientes, condições climáticas e práticas ideais para maximizar o ATR e a produtividade no início da safra
O início da safra de cana-de-açúcar sempre traz desafios e oportunidades para produtores que buscam elevar a qualidade e o rendimento de suas colheitas. Segundo Mateus Bis, agrônomo e coordenador técnico de mercado da Nitro, empresa brasileira de insumos agrícolas de nutrição e biológicos, uma nutrição balanceada e práticas de manejo bem ajustadas às condições climáticas são fundamentais para alcançar altos índices de ATR (Açúcar Total Recuperável) e garantir uma colheita eficiente.
“Para as variedades precoces, que abrem a safra, o principal desafio é começar com um ATR favorável, algo em torno de 115 a 120. Isso exige atenção especial à aplicação de nutrientes como o boro, magnésio e potássio, que desempenham papéis essenciais no metabolismo da planta. O magnésio, por exemplo, está diretamente ligado à fotossíntese, enquanto o potássio regula a translocação de sacarose, otimizando o acúmulo de açúcar no colmo. O boro, também favorece o transporte de açúcar”, explica Mateus.
As condições climáticas atuais em São Paulo, por exemplo, marcadas por alto índice pluviométrico e temperaturas elevadas, têm favorecido o crescimento vegetativo da planta. Contudo, para uma boa maturação e acúmulo de açúcar, a cana precisa passar por um período de estresse hídrico, que geralmente ocorre entre março e abril. “Esse estresse, aliado à aplicação de maturadores, ajuda a planta a redirecionar seus recursos para o acúmulo de sacarose, em vez de continuar vegetando. Essa transição é crucial para iniciar a safra com boa qualidade de açúcar”, destaca o especialista.
Mateus também reforça a importância de outros nutrientes no manejo nutricional da cana, como o enxofre, além de microelementos como zinco, cobre e manganês, que contribuem para a saúde estrutural da planta. “Esses nutrientes atuam no metabolismo secundário da planta, promovendo maior resistência a pragas e doenças, além de melhorar a qualidade geral do canavial. Um manejo nutricional bem equilibrado reflete diretamente na produtividade e na sanidade da cultura”, complementa.
Para garantir que o metabolismo da planta esteja ativo e que a cana esteja no caminho certo para uma boa conversão de açúcar, o agrônomo orienta que os produtores monitorem indicadores como a medição de ATR e BRIX, além de características visuais, como o diâmetro do colmo, altura da planta e área foliar. “Uma parceria com a usina para realizar análises tecnológicas é essencial para acompanhar a evolução do canavial e ajustar as práticas de manejo conforme necessário”, sugere.
Mateus ressalta que o uso de tecnologias avançadas, aliados a práticas de manejo bem planejadas, permite aos produtores enfrentar os desafios da safra com mais eficiência, garantindo uma colheita sustentável e de alta qualidade. “A nutrição estratégica e o ajuste fino no manejo são as chaves para maximizar os resultados, mesmo em cenários climáticos desafiadores.”