O Brasil precisa de uma Política Nacional de Energia

22-09-2015

Para o secretário de Energia do estado de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles, o Brasil precisa de uma política nacional de energia. “Isso inclui todas as formas de energia, inclusive de combustíveis.”

Qual é a crise enfrentada desde 2008 pelo setor sucroenergético? “A crise de indefinição de preços, de manipulação do preço da gasolina, o que tornou inviável o preço do etanol e resultou em uma série de usinas a dificuldades.”
Mas hoje ele acredita que o setor atravessa um novo momento. “Alguns sinais importantes foram dados em termos de preços. A CIDE voltou à gasolina, e por isso temos uma diferença entre o preço da gasolina com o etanol, o que viabiliza o etanol.”
Apesar disso, ainda falta uma Política Nacional de Energia, que inclua o apoio aos biocombustíveis. Existe um descompasso entre as diferentes medidas do governo (quando elas são tomadas). Prova disso foi que as medidas tomadas no início desse ano que aumentaram o consumo de etanol, como o retorno da CIDE, não significou a melhora da remuneração da usina, do produtor.
Se por um lado o estímulo do governo ajudou a aumentar a demanda, por outro não tomou a iniciativa de garantir bons preços do produto, o que aconteceria com a criação de uma linha viável de financiamento para estocagem. E que deveria ter sido apresentada no início da safra, e não faltando poucos meses para o fim do ciclo, como aconteceu neste ano, o que obrigou muitos produtores a serem obrigados a colocar no mercado muito etanol, a preço baixo, para fazer caixa.
Aí vem a pergunta: será que o etanol é, de fato, prioridade para este governo, ou as medidas tomadas neste ano foram meramente circunstanciais?
Afinal, se o Brasil quer etanol, com a perspectiva de aumento de consumo, usinas e produtores precisam estar prontos para aumentar a produção. Precisa ser um negócio rentável, que dê condições ao empresário de pagar suas contas e fazer investimento no aumento da produção. Mas com tanta incerteza no horizonte e com medidas fora de sintonia, fica inviável acreditar nas boas intenções deste governo.

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