O correto é o manejo integrado de pragas (MIP)
07-01-2016

Mas o que se sabe é que cada vez mais, esses produtos biológicos estarão sendo produzidos em massa para serem liberados no campo. E quando se fala em soltar numa lavoura bilhões de insetos, bactérias, fungos ou vírus para combater pragas, muitos se perguntam se isso não é arriscado. Se esses organismos não podem eles próprios se transformar em pragas.Não, garantem os especialistas.O professor do Laboratório de Biologia de Insetos do Departamento de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), José Roberto Postali Parra, conta que desde que iniciou na atividade é perguntado sobre isso. “Tem semana que chego a responder três ou quatro vezes.Digo que não há perigo, o inseto entra em equilíbrio com sua presa." No caso da Cotesia, por exemplo, se a população de lagartas decresce, a população de vespinhas também diminui. E sua liberação não provoca "efeitos colaterais": não são eliminadas outras espécies de insetos; não são poluídos o solo, a água ou o ar; não há contaminação de vertebrados, incluindo o ser humano.

Ao defender o controle biológico, a Líder de projetos e presidente do Portfolio de Controle Biológico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Recursos Genéticos e Biotecnologia (Embrapa/Cenargen), a pesquisadora Rose Monnerat salienta que não significa que os pesquisadores pregam o uso exclusivo dos biológicos."Para que as pragas possam ser controladas e ter seus danos mitigados, também é necessária uma abordagem abrangente, que chamamos de Manejo Integrado de Pragas (MIP), aliado a um eficiente sistema de monitoramento, que deve ser empregado de maneira harmônica. No momento preciso, devem ser empregadas diferentes medidas de controle, de forma a manter os níveis populacionais das pragas abaixo do nível de dano econômico", alerta Rose.

Parra defende o uso equilibrado dessas ferramentas de controle, utilizando os químicos de forma correta, sem superdosagem, com produtos registrados e com novas moléculas menos nocivas ao ambiente. E do lado do controle biológico, além de novos projetos também se modernizam as ferramentas de aplicação, com o uso de avião, drones e softwares que contribuem para a definição de quando realizar liberações, quantidade necessária e horários mais apropriados. É a ciência e a natureza jogando juntas para que o Brasil seja campeão na modalidade agropecuária sustentável.

Veja matéria completa na editoria Insectshow na nova edição da revista Digital CanaOnline. No site www.canaonline.com.br você pode visualizar as edições da revista ou baixar grátis o pdf.
Mas se quiser ver a edição com muito mais interatividade ou tê-la à disposição no celular, basta baixar GRÁTIS o aplicativo CanaOnline para tablets e smartphones - Android ou IOS.