O envelhecimento do canavial pode colocar tudo a perder
21-12-2015

A safra 2015/16 começou colhendo um canavial mais velho, caindo um pouco no decorrer do ciclo. Mas a média final, segundo estimativa da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), é de 3,2 cortes. “Estamos correndo um risco cada vez maior de termos uma condição climática desfavorável e os mesmos 60 milhões de t de cana que estamos acrescentando de um ano para o outro [de 2014/15 para 2015/16] de aumento de produtividade, vamos perder por conta de um canavial muito envelhecido. Vemos claramente que quem fez a safra nesse ano foi o segundo e o terceiro corte. Foi onde tivemos o incremento na colheita de cana”, dispara Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da entidade.

Segundo ele, basicamente o setor colheu nesse ano, em relação ao ano passado, a mesma quantidade de cana-de-ano, quantidade menor de cana de ano-e-meio e a mesma quantidade de cana-de-inverno. “O grande incremento foi de cana de segundo e terceiro corte, que foi a cana plantada entre 2012 e 2013. De lá pra cá, o canavial só vem envelhecendo.”
Pela avaliação de Padua, na safra 2016/17, o Centro-Sul terá um canavial ainda mais envelhecido, que acarretará a elevação do estágio médio de corte de 3,2 para 3,6 anos. “Isto tende a gerar um impacto, só pelo tombamento, da ordem de 4 t de cana por hectare.”
Essa é uma projeção preocupante considerando que os preços obtidos com a venda do açúcar e do etanol estão melhores, tendência que deverá se manter ao longo de 2016. A perspectiva é que essa remuneração mais justa permita às empresas do setor sucroenergético se capitalizar, o que não acontecerá para aquelas unidades que tiverem redução de matéria-prima disponível por conta da idade do canavial.

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