O excesso de chuvas de 2016 prejudicou a estrutura logística dos produtores de cana
14-04-2016

Para o produtor de cana Paulo Roberto Artioli, diretor da Tecnocana, a expectativa para a próxima safra canavieira é a melhor possível. “Mas não podemos esquecer que saímos de fase ruim faz pouco tempo, em que ficamos quatro anos nesse marasmo, depois de equívocos governamentais. Agora a situação está melhor, pela remuneração dos preços, mas não podemos esquecer o buraco que ficou depois desse período.”

Mas o receio de Artioli são as consequências da safra 2014/15, marcada por grande intensidade de chuvas. A produtividade foi boa, mas foi um ano marcado, segundo ele, por uma logística de safra ruim.
“Na nossa região de Macatuba, SP, por exemplo, de 8 a 12 de fevereiro choveu 430 ml. Sendo que no dia 12 choveu 240 e em uma hora acumulou 140.”
Com tanta água, carreadores e áreas de manobra foram prejudicados, além de danos aos próprios canaviais. “Assim, poderemos perder algum rendimento, qualidade da colheita e isso tudo impacta em custo. Por isso, não podemos ficar achando que, que a recuperação dos preços, o negócio será maravilha.”
Na opinião de Artioli, apesar da melhoria do cenário em relação aos últimos anos, o produtor tem que estar pronto para superar as dificuldades que virão. Inclusive relacionadas ao clima.
“As canas colhidas no final de safra, com excesso de chuva, foram muito prejudicadas, mesmo quanto à parte nutricional, de aplicação de herbicida. Com excesso de chuva, deu boa lixiviada. Talvez isso traga consequência à produção.”
Outra consequência pode vir da pouca luminosidade sobre os canaviais dos primeiros meses do ano (janeiro e fevereiro).
Artioli acredita que 2016 será um ano pouco mais frio. “Do jeito que está úmido, se não esfriar, podemos não ter melhora no ATR.”

 

Veja mais notícias na Revista CanaOnline, visualize no site ou baixe grátis o aplicativo para tablets e smartphones – www.canaonline.com.br.