O futuro será definitivamente Bio
15-07-2015

“A biodiversidade é matéria-prima essencial para o futuro da bioindústria e o Brasil tem a maior diversidade biológica no planeta, com muitos ativos de grande interesse para o comércio e a economia”, afirma Maurício Antônio Lopes, presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Segundo ele, por meio da bioeconomia surgem possibilidades concretas para a utilização sustentável dessa biodiversidade, o que envolve desafios em diversos campos – biológico, econômico, político e cultural – todos necessários para se compreender e antever cenários plausíveis para o desenvolvimento dessa nova vertente econômica.
Para ele, o Brasil está no caminho certo, ao destacar que foi dado um passo fundamental ao se aprovar a Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015, que simplifica e regula o acesso ao patrimônio genético do país e ao conhecimento tradicional associado, para fins de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. “A Lei também orienta a repartição, com os detentores desses recursos, dos benefícios decorrentes da exploração econômica de produto ou material reprodutivo desenvolvido a partir desses acessos, sejam eles plantas, animais ou microrganismos.”
De qualquer forma, ele destaca a importância de se estabelecer uma agenda estratégica, que aponte áreas prioritárias de desenvolvimento bioindustrial de alto potencial de impacto, nas quais o Brasil apresente maiores vantagens competitivas.
Na sua opinião, o Brasil já ocupa posição de vanguarda no segmento agrícola, uma vez que o país é líder na produção de alimentos, fibras e energia do mundo. Além disso, ele destaca que os avanços em tecnologia de biomassa permitem antever um futuro em que as usinas de açúcar e álcool brasileiras se transformem em biorrefinarias, produzindo ampla linha de químicos renováveis.
“Em breve, sistemas integrados combinando lavouras, pecuária e floresta nos permitirão produzir carne, grãos, fibras e energia com emissões líquidas de carbono muito baixas ou, em algumas situações, com captura maior que emissão.”
Para ele, o que se vê no momento é apenas a ponta do iceberg, comparado ao que se anuncia. As oportunidades que surgem na área de biologia sintética − resultado da convergência do mundo digital com o mundo biológico – é um exemplo, uma vez que abre grande potencial para a obtenção de biofármacos, bioinsumos e bioprodutos. “Precisamos estar preparados. O futuro será definitivamente Bio”, finaliza.

Veja mais notícias na Revista CanaOnline, visualize no site ou baixe grátis o aplicativo para tablets e smartphones – www.canaonline.com.br.