O ideal é fazer minirreformas da colhedora ao longo da safra
20-05-2016

Para o consultor Luis Antonio Bellini, ex-presidente do GMEC (Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético), existe uma fadiga natural do equipamento como um todo ao longo de cada safra. 

A exigência dos equipamentos foi muito grande, por exemplo, na última safra, quando se entrou com a colheita no período de entressafra. Num período em que as chuvas foram intensas. “Vimos gente colhendo dentro de poça d’água, cana de baixa produtividade, dentro de barroca.”
Bellini pontua que há algumas regras que não se pode fugir. A principal é realizar uma operação capacitada, aliada com disponibilidade de manutenção minimamente razoável para viabilizar a presença do equipamento. “Se tiver frota com menos de 85% de disponibilidade é jogar dinheiro fora.”
Na visão do consultor, colher um canavial velho, bisado, aumenta esforços dos equipamentos, mas se tem manutenção planejada, é tranquilo enfrentar essas dificuldades.
Por isso, ele não acredita mais na reforma do equipamento como se fazia antes. “Já faço há quatro anos um trabalho de minirreforma, que vem sendo adotada por grandes grupos”, diz Bellini, destacando que idade média de frota ideal está na casa de 3 a 3,5 anos.
Ele defende a realização de minirreformas de equipamentos ao longo da safra. “Uma reforma de colhedora, por exemplo, nunca restabelece a disponibilidade da máquina do ano anterior, esse indicador sempre cai ano após ano. Mas reformar a colhedora é necessário, porém o modo como isso é feito deve ser revisto. Trabalha-se com a máquina o ano todo e ela é reformada na entressafra, o que é arcaico. Ou seja, não ter manutenção preventiva e preditiva é o que tem de mais atrasado no setor.”

Na opinião do consultor, se houver cuidado com a máquina o ano todo, é viável reformar a colhedora nas suas quatro primeiras safras. “Tem muita usina que trabalha bem com máquina por seis anos, mas o ideal é que se trabalhe com uma colhedora no máximo por quatro safras, na minha percepção. Isto porque, a partir da quarta safra, já tem disponibilidade baixa e custo de manutenção alto.”
Mas o atual momento de dificuldade enfrentado pela maior parte das unidades do setor tem dificultado a substituição das colhedoras por equipamentos novos. “Tenho visto muita usina deixando pra depois o investimento, e esticando a vida das máquinas.”
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