O inimigo número 1 da cana-de-açúcar
17-08-2016

Broca-da-cana, praga que causa prejuízos de R$ 5 bilhões anuais, está entre as principais dores de cabeça do setor

A larva de Diatraeasaccharalis, conhecida como broca-da-cana, inicialmente se aloja na bainha das folhas da planta, para depois penetrar no colmo e abrir galerias em seu interior. Difícil de controlar num país tropical como o Brasil, ela está presente em todas as áreas plantadas com a cultura causando prejuízos bilionários.

Diferentes estudos apontam que 1% de infestação por broca gera perdas entre 1,2% e 2,9% na produtividade agrícola, também reduzindo a produção de açúcar em 0,38% e de etanol em 0,27% na indústria. Em áreas de alta pressão de broca, as perdas econômicas podem chegar a R$ 1.500 por hectare, mesmo após a aplicação do método usual de controle. Usando-se valores médios, em uma safra com 620 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, o impacto anual é de aproximadamente R$ 5 bilhões, considerando as perdas e o investimento em controles químicos e biológicos disponíveis hoje no mercado.

De acordo com o engenheiro agrônomo Luiz Carlos de Almeida, da Entomol Consultoria, empresa que presta serviços a usinas e demais agentes do setor sucroenergético, atualmente o controle da broca da cana é feito por meio de uma combinação de métodos químicos e biológicos, que devem seguir uma série de cuidados para que a aplicação tenha sucesso. “Ambos os métodos são dependentes de condições climáticas adequadas, exigem levantamentos prévios e aplicação no timing apropriado, sendo que reaplicações sequenciais na mesma área são comuns em regiões onde a pressão de broca é maior ou onde a aplicação do método não foi bem executada”, exemplifica Luiz Carlos de Almeida.

E mesmo com a utilização da técnica correta de manejo, as infestações residuais de broca, ou seja, a infestação que ficou após o tratamento de controle, ainda causam perdas relevantes. O Brasil tem mais de 9 milhões de hectares de cana plantados sujeitos a perdas gigantescas, que afetam desde o produtor rural até as usinas e os consumidores de açúcar e etanol.

“Se considerarmos preços históricos de açúcar e etanol, as perdas equivalem a 3,8 milhões de toneladas de açúcar ou 2.8 bilhões de litros de etanol. Considerando o EBITDA gerado por 1 hectare de cana, as perdas econômicas causadas pela broca equivalem ao EBITDA de 1.8 milhões de hectares. Esses dados são alarmantes e mostram que todo o setor sucroalcooleiro deve trabalhar para encontrar meios de combater a praga de forma mais eficiente”, afirma o engenheiro agrônomo da Entomol Consultoria.

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