O MPB tem tudo para viralizar
30-08-2016

Marcos Landell já vislumbra produção de mudas suficientes para plantar o canavial comercial


Clivonei Roberto

O engenheiro agrônomo Marcos Landell, diretor do Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto, não é apenas um pesquisador. É também um visionário. Entre os vários projetos em cana-de-açúcar que já desenvolveu e se dedicou ao longo da carreira, fala com carinho especial sobre as mudas pré-brotadas, carinhosamente denominada MPB.

Ele enxerga nesta tecnologia muito mais do que uma nova alternativa à disposição do produtor. Para Landell, o conceito que está por trás do MPB quebra todos os paradigmas que se tem em cana-de-açúcar. “O MPB, na minha visão, já é revolucionário, e nesse momento está projetando uma nova canavicultura.”

Para criar um novo modelo de produção de cana-de-açúcar, que garanta sustentabilidade ao negócio, o produtor tem que estar aberto a outra dinâmica de produção. E hoje uma das ferramentas que podem garantir, na produção de mudas e adoção de novas variedades, ganho em agilidade e dinamismo é o MPB. Mas Landell vai além: ele já vislumbra o momento em que será possível a usina e o fornecedor produzirem mudas suficientes para plantar o canavial comercial.

“Quando isso ocorrer, ao invés de plantar cana como convencionalmente se faz, o plantio no sistema de MPB permitirá localizar a unidade biológica do canavial, a touceira. Terei condição de saber previamente que a muda x originou tal touceira. E isso nos remete à agricultura de precisão.”

Em cana hoje ninguém sabe onde está a unidade biológica. Joga-se um monte de colmo no sulco e as plantas nascem entrelaçadas. Às vezes não nascem, ou nascem muitas, e se nascem muitas possivelmente está havendo uma intercompetição. Mas o MPB poderá organizar espacialmente um canavial. “Isso abrirá a nossa cabeça em termos de oportunidades.”

A partir do momento que se tem um canavial bem espacializado, com a posição geográfica de cada touceira, isso vai ajudar na definição da nutrição da lavoura, no controle de matos e pragas, permitirá ter dados muito mais precisos sobre a produção do canavial.

É difícil dizer o quanto já se plantou de mudas pré-brotadas ou qual tem sido o crescimento médio da adoção desta tecnologia. Mas o que já se sabe é que atualmente vários grupos sucroenergéticos, em diferentes ritmos, já estão aderindo a este sistema.

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