O passo a passo para formar canaviais com excelência
26-01-2018

A fazenda Belo Horizonte, em Jaboticabal, SP, pode ser considerada um “oásis canavieiro”, conta com área de 530 hectares com cana, produz por safra 59 mil toneladas e apresenta taxa de renovação de canavial na média de 3,8% da área. O baixo índice de renovação é porque os canaviais apresentam alta produtividade, a média da fazenda é de 112 toneladas de cana por hectare e há áreas com canavial já com mais de 10 cortes, com produtividade de 90 toneladas.

Mas o segredo da Belo Horizonte não é guardado a sete chaves, pelo contrário, Ismael Perina Jr, um de seus proprietários, sempre que pode passa a lição para frente. Conta que tudo começa pelo preparo de solo. Para ele, na formação de um novo canavial é fundamental utilizar em 100% da área o eliminador de soqueira. “Não dá mais para ficar só na gradeação. Volta a brotação, não se interrompe ciclos.”

O correto, para Ismael, é vislumbrar cada vez mais um horizonte de canaviais mais longevos, chegando a dez, doze, quinze cortes. Por isso, não se justifica não fazer um preparo de solo com excelência. “O custo é diluído por três plantios. Temos que voltar a pensar sobre isso. O plantio, na maior parte das regiões, tem que ser com horizonte de colheitas de 14, 15 safras. E isso é possível. Há vários exemplos no setor de canaviais com mais de 10 cortes. E com as oportunidades e tecnologias que temos, veremos que não será difícil chegar lá.”

Ressalta que a condição de preparo tem que ser muito boa, com destorroamento perfeito. “Como se fosse colocar uma roça de soja [exemplo de cultura intercalar, usada na rotação de cultura com cana], que é o que vou fazer no sistema de Meiosi. Portanto, o próprio preparo de Meiosi ajuda a preparar bem o terreno. E não custa nada. Se absorver todo esse custo de preparo para a soja, o preparo já ficou de graça. A soja precisa do preparo e incorporo no custo dela. Pelo menos onde ela é possível.”

Também é importante aplicar uma subsolagem, linha por linha, que faz o serviço de descompactação. “Mas tenho visto muita gente subsolar e cultivar cana. Está jogando muito óleo diesel fora. A grande maioria das áreas não precisa. Joga adubo em cima. Tem muita ferramenta e não precisa subsolar todo ano. Não justifica. Tenho cana de 14 cortes dando 90, 95 t/ha, sem uma subsolagem. É claro que há algumas áreas mais complicadas, mas isso é possível sim.”

O produtor também não se conforma com as reformas de canaviais da maneira como estão sendo feitas: que pegam lá da cabeceira, fazendo 100% da área. O resultado tem sido uma erosão acentuada. “Não se pode mais perder solo por erosão. Temos que fazer reforma em faixa. Por isso que é preciso rever alguns pontos e conceitos que foram perdidos e, se for preciso, brigar com gerência e diretoria para se cultivar a cana como deve ser”, aconselha.

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