O plantio de cana na Raízen – o maior grupo sucroenergético do mundo
29-08-2019

A Raízen investe em tecnologias e processos para produzir mais e com menor custo. Crédito: Comunicação Raízen
A Raízen investe em tecnologias e processos para produzir mais e com menor custo. Crédito: Comunicação Raízen

A empresa planta 100 mil hectares de cana por ano, 80% com máquina e 20% em Meiosi com plantio manual, mas investe em inovação para mecanizar também o plantio em Meiosi

 

Com 26 unidades produtoras e 860 mil hectares de área agrícola cultivada, a Raízen, maior grupo sucroenergético do mundo, renova por ano 100 mil hectares. Hamilton Jordão, Gerente Agronômico Corporativo da Raízen, observa que por vários anos o setor, em decorrência da crise financeira, reduziu a proporção de renovação de canaviais. A medida, no primeiro momento gerou economia, mas impactou negativamente a produtividade. Nos últimos dois anos, os investimentos em renovação de canavial cresceram consideravelmente, esse é o caso da Raízen, que passou a renovar 100 mil hectares por ano, o que garante a taxa de renovação adequada, por volta de 20%, o que vai alavancar a produtividade.

 

Não pensamos em hipótese alguma em abandonar o plantio mecanizado”, diz Hamilton
Crédito: Comunicação Raízen

 

Desses 100 mil hectares, 80% são plantados com máquinas, os outros 20% utiliza o sistema de Meiosi, com plantio manual. Hamilton diz que o plantio de cana mecanizado ainda precisa evoluir e entregar resultado melhor. Não pensamos em hipótese alguma em abandonar o plantio mecanizado, mas nas áreas de topografia acidentada, onde a máquina apresenta pior desempenho, adotaremos a Meiosi”, afirma Hamilton. As unidades da Raízen das regiões de Piracicaba, Araraquara, Jaú e Brotas se encontram em áreas de declive maior, o que torna desafiador entregar um bom plantio com máquina.

Para melhorar o desempenho do plantio mecanizado, em 2018, a Raízen trocou 100% de sua frota de plantadoras pelos modelos mais avançados do mercado, todas são distribuidoras automatizadas. A empresa também tem investido muito em processos. “Muitas variedades de cana são mais suscetíveis aos danos da gema, então é preciso maior cuidado na colheita, por isso, reduzimos a velocidade das colhedoras, que são adaptadas para a colheita de muda, e passamos a colher as mudas de menor idade. Essas ações e mais o uso das plantadoras automatizadas reduziram o número de falhas na linha de cana, resultando em menos toneladas de mudas por hectare. Nossa média passou a ser 15 toneladas”, informa Hamilton. A Raízen planta cana no sistema de espaçamento duplo alternado, com isso tem mais linhas para plantar.

 

Área com Meiosi na Raízen: hoje o sistema responde por 20% do plantio, a meta é chegar aos 40%
Crédito: Comunicação Raízen

 

Nas áreas onde a Raízen não conseguiu baixar o nível de falhas, entrou com a Meiosi. “A união entre muda saudável e Meiosi é um seguro contra falhas”, afirma Hamilton. Para realizar o plantio em Meiosi, são utilizados como muda os colmos e também MPB. “O que define é qualidade da muda. Quando não temos as variedades corretas disponíveis ou quando a sanidade da muda não está dentro de nosso padrão, optamos por MPB. Se tivermos a muda certa, plantamos colmos”, explica Hamilton. A empresa tem fábrica de muda pré-brotada, mas 60% do que utiliza adquire no mercado. “Nosso foco é a maior sanidade possível. Só plantamos as nossas mudas quando o mercado não disponibiliza as variedades que queremos.”

A Raízen está em uma jornada de aumento da Meiosi, conta Hamilton, os atuais 20%, nos próximos anos devem passar para 30 e chegar a 40%, mas para isso, a meta é semi-mecanizar ou mecanizar o plantio em Meiosi, para reduzir a dependência manual. Hoje o plantio da “linha-mãe” é 100% mecanizado e dentro da desdobra tentam entender como podem mecanizar, com eficiência, outras etapas.

 

Área com plantio de mudas pré-brotadas na Raízen
Crédito: Comunicação Raízen

 

Para o desenvolvimento dessas tecnologias, a Raízen conta com startups que fazem parte do Pulse, o Hub de inovação focado em AgTech – uma iniciativa lançada pela empresa. Esses parceiros trabalham, por exemplo, no desenvolvimento de plantadora de muda pré-brotada. Segundo Hamilton, em alguns hectares já têm rodado pilotos que vão atender algumas das etapas das etapas da Meiosi.

Em relação ao anseio do setor em formar canaviais na casa dos três dígitos e com alta produtividade por muitos cortes, Hamilton salienta que o foco da Raízen é ter suas unidades cheias de cana, produzir com menor custo, manter a produtividade conquistada e em alguns casos aumentar esta produtividade, mas isso não inclui a obtenção de canaviais na casa das 100 toneladas. “Somos bastante tecnificados, mas sabemos das limitações de nossas áreas, por exemplo, 60% dos canaviais estão em solos restritivos. Hoje a produtividade média de nossos canaviais é de 80 toneladas, em algumas áreas poderemos chegar as 90 toneladas, com longevidade de cinco, seis cortes. Não adianta produzir cana de três dígitos com investimento exorbitante. É preciso calcular se o custo compensa.”

 

A Raízen é bastante tecnificada, mas sabe das limitações de suas áreas para alcançar canaviais de 3 dígitos. Custo não compensa
Crédito: Comunicação Raízen

 

A Raízen está entre as 27 unidades sucroenergéticas que implantaram um canavial-teste com o Plene Emerald, a semente artificial de cana desenvolvida pela Syngenta. “Estamos testando. Acredito bastante nesta solução, não no curto prazo, pois exige mudanças no sistema de manejo, espaçamento, padrão de adubação...Estamos animados com os resultados, mas ainda não é uma realidade comercial. Também é cautela, para que não haja frustração. E avaliar se o custo dessa semente será viável economicamente”, alerta Hamilton. Para o profissional da Raízen, entre os vários modelos de plantio de cana, aquele que se apresentar mais viável agronomicamente e economicamente, será o que vai dominar.

 

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