O que leva a Ministra Kátia Abreu a cometer “suicídio político” ao apoiar a presidente Dilma?

26-04-2016

Produtores rurais não a consideram mais como representante da classe

Ontem, 25, teve início a 23ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto, SP, considerada a terceira maior feira de agronegócio do mundo. Em muitas de suas edições, Kátia Abreu, atual ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento, participou da cerimônia de abertura, e como senadora ou como presidente da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), seus discursos eram inflamados em defesa do produtor rural. 

Durante sua vida política ou como dirigente de classe, muitas vezes fez duras críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT) e aos movimentos que o apoiam, como o MST. Mas tudo isso mudou desde que assumiu o Ministério da Agricultura e, enquanto a própria CNA - entidade que Kátia se licenciou da presidência para assumir o Ministério – apoia abertamente o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a Ministra é totalmente contra.
Kátia Abreu decretou sua saída do governo em caso de impeachment e anunciou: Vou ficar junto com ela até o fim. Se ela ganhar, nós continuamos. Se ela perder, eu saio junto.”
Essa atitude de Kátia vai contra a decisão de seu partido, o PMDB, que pensa em excluí-la. Mas a revolta maior é da classe rural, muitos dirigentes e produtores dizem que a Ministra não mais os representa.
Frente a esse cenário, uma dúvida ronda o campo: o que leva Kátia Abreu a apoiar tão ardorosamente a presidente Dilma, a ponto de colocar em risco sua carreira política?
Pois, dificilmente conquistará os votos dos petistas, por outro lado, deixará de ter o apoio de sua base ruralista. Além de não ser mais bem-vista como líder de classe. Para muitos, Kátia está cometendo “suicídio político”.
Na Agrishow 2015, Kátia participou da abertura como Ministra, mas nem conseguiu falar, em decorrência de uma manifestação contra o governo. Agora em 2016, não compareceu. Mas, tudo bem, pelo que pudemos conferir, ninguém sentiu falta.
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