O setor encolheu, mas na área de pesquisa a cana ficou gigante
18-05-2016

O futuro contará com cana com até seis metros de altura, produção superior a 200 toneladas por hectare, mais rica em açúcar e mais fibra

Nos últimos oito anos, com a crise do setor, depois a mundial e por último a brasileira, a agroindústria canavieira encolheu, já teve mais de 430 unidades em atividade, hoje está na casa de 350. A produtividade média dos canaviais já foi de 90 toneladas por hectare, caiu para 60, e hoje está na casa de 70.

A realidade é dura, mas o setor sucroenergético projeta um futuro brilhante, com canaviais com média superior a 100 toneladas por hectare, maior teor de açúcar, canavial com alta produtividade por mais tempo, aumentando a longevidade, além de cana com grande potencial de biomassa, atendendo a produção de energia e etanol de segunda geração, produzindo duas vezes mais etanol na mesma área.

Para os sonhos do setor se tornarem realidade, os pesquisadores têm trabalhado pesado e criam a expectativa de que o futuro pode ser ainda mais fantástico do que imaginam os profissionais da cana. Um exemplo vem do jardim varietal do Instituto Agronômico (IAC), em Ribeirão Preto, SP, onde estão expostas variedades de cana que chegam a 6 metros de altura, com potencial de 370 toneladas por hectare, ou então os clones de cana-energia com cerca de 25% a mais de fibra.

Entre as novas variedades de alto potencial biológico estão as: IACSP91-1099, IACSP93-3046, IACSP94-2094 e IACSP95-5000, lançadas em 2007 e e conhecidas por cana-gigante. De acordo com Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro de Cana do IAC, asseguram o ganho de produtividade de 1,5% ao ano, índice que o segmento vem conquistando há mais de três décadas. Segundo o pesquisador, é possível obter aumentos de 10% a 30%, se os produtores souberem explorar bem o perfil desses materiais, associando-os ao ambiente de produção adequado.

Dentre essas variedades, a IAC91-1099 e a IACSP95-5000 são as que mais se destacam pela elevada produtividade e concentração de sacarose. Comparadas a materiais bastante cultivados comercialmente, a produtividade da IACSP95-5000 foi superior em 17,7% e a da IAC91-1099 em 11%. Esses valores correspondem uma variação na produção de 120 a 90 toneladas/hectare e de 140 a 95 toneladas/hectare, respectivamente.

Em relação à cana-energia ou cana biomassa, os clones do IAC apresentam cerca de 50% a mais de biomassa que a cana convencional. As variedades são mais finas e apresentam grandes quantidades de perfilhos, têm grande adaptabilidade a solos fracos e ainda possuem um caldo que pode dar 90 quilos de ATR por tonelada de cana. A expectativa do IAC é lança-la que 2017.

Enquanto o setor espera a cana-energia do IAC e também da Ridesa (outra tradicional entidade de pesquisa e melhoramento genético de cana), na safra passada, a Vignis já realizou sua primeira colheita em escala comercial de cana-energia. Foi nas terras da Caramuru Alimentos, em São Simão e Itumbiara em Goiás. Foram colhidas 110 mil toneladas de cana-energia na unidade de São Simão e mais 110 mil toneladas para a unidade de Itumbiara. A cana-energia da Vignis produz cerca de 200 toneladas por hectare, e serve tanto para a produção de açúcar, etanol e energia.

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