O setor sucroenergético sob a ótica feminina – como e onde melhorar?
15-03-2016

A cana tem muito a ganhar ao longo do ciclo

“Avançou muito a nutrição em cana-de-açúcar. Ocorre que o sistema de produção é dinâmico: adicionamos novas formas de plantar, novas formas de preparar o solo, às vezes com sulcos profundos, às vezes sem preparo do solo, com plantio direto. Deixamos a palha sobre o solo, incluímos novas máquinas, mudamos espaçamentos, sulcos duplos, canteiros, mudas pré-brotadas. Ou seja, a adubação tem que acompanhar essas mudanças do sistema de produção. Para algumas dessas mudanças são necessários experimentos de adubação, atualizando o requerimento de novas variedades mais produtivas, com o manejo adequado. Temos muita tecnologia, fertilizantes especiais, fertilizantes foliares, produtos enraizadores, hormônios, mas muitas vezes não sabemos como fazer o melhor uso dessas tecnologias e, nesse sentido, vejo que o setor poderia melhorar bastante.

Neste setor, as novas tendências dizem respeito à máxima redução de custos e ao maior aproveitamento do fertilizante e dos resíduos com valor nutricional. Nenhuma perda poderá ser tolerada. Assim, espera-se um melhor manejo da vinhaça e da torta de filtro, distribuindo esses resíduos de forma a economizar ao máximo os fertilizantes minerais. Análises de solo e técnicas de agricultura de precisão deverão racionalizar o uso de fertilizantes minerais, aplicando doses maiores apenas onde for necessário e respeitando as diferenças do terreno. O conhecimento do canavial, dos ambientes de produção e das variedades ajudará na decisão de quanto, como e quando aplicar os fertilizantes. Os ganhos que o produtor poderá obter são uma somatória de pequenos ganhos e economias conseguidas ao longo do ciclo”.

Raffaella Rossetto, pesquisadora científica da APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – polo de Piracicaba) e do Programa de Cana-de-açúcar do Instituto Agronômico (IAC)