O “mãe” da bioeletricidade
03-02-2016

OnorioKitayma partiu no final de 2015, mas deixou uma luz tão intensa que ajuda a iluminar o Brasil

Luciana Paiva

Conheci OnorioKitayama, grande especialista em bioeletricidade, na década de 1990, foi na sede da Sociedade dos Produtores de Açúcar e Álcool (Sopral). Fui entrevistar Lamartine Navarro Júnior (um dos pais do ProÁlcool), na época presidente da entidade, e ele apresentou-me Onorio, que era diretor da Sopral.

Tranquilo, Onorio observou a entrevista. Já acostumado, não se abalava nem com os rompantes de Navarro Júnior toda vez que mencionava o descaso do governo para com o combustível verde. A partir daquele encontro, eu e Onorio estreitamos laços e nos tornamos amigos, tudo simples assim. É que fazer amigos era algo bastante natural para ele.
Onorio também era uma importante fonte de informação, ainda mais quando o assunto era geração de energia com a biomassa da cana. Especialista no assunto, assumiu, em 2001, a função de responsável pela área de Bioeletricidade na União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), depois ocupou ainda as funções de consultor da Coimex Energia e diretor-executivo da NasconAgroenergia.

O JAPONÊS MAIS BRASILEIRO QUE EXISTE

“Sou o japonês mais brasileiro que existe”,disse-me uma vezOnorio. Contou-me que nasceu em Presidente Wenceslau, seu pai, um comerciante de batatas, nunca morou em uma colônia japonesa e o colocou para estudar em escolas brasileiras. “Ele acreditava que se eu aprendesse português teria mais chances de vencer na vida”, observou.

Em 1965, Onorio foi cursar agronomia na Esalq em Piracicaba, onde morou em uma república com estudantes santistas. “Santista é que nem carioca, bem tranquilo, aí fiquei menos japonês ainda”, disse. Depois de formado, seu primeiro emprego foi na cooperativa de Cotia. “Eles queriam um japonês ‘sem vergonha’, que não morasse na colônia, para se relacionar com os fornecedores. Fui o escolhido.”

Um ano depois voltou para Presidente Wenceslau e fundou uma empresa de planejamento agronômico, como na época surgiu o ProÁlcool, começou a incentivar a instalação de destilarias na região, foi quando conheceu Lamartine Navarro Júnior. “Logo de cara brigamos, mas em seguida nos tornamos grandes amigos”, relembrou. Depois disso entrou de cabeça e coração no setor sucroenergético, ajudando a implantar as primeiras destilarias autônomas, não só no Oeste paulista, mas também em outros estados, como a Dalva (atual Alvorada) em Minas Gerais e a RS (atual Santa Olinda) em Mato Grosso do Sul. Também foi dono da Destilaria de Álcool Caiupa (Decasa), e em 1983,assumiu a função de diretor-superintendente na Sopral.

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