O “reativador de usinas”
29-07-2015

Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP e da Unida, passou a ter o dom de fazer renascer usinas, e já há quem reze para que ele venha fazer milagres no Centro-Sul

Nesta segunda-feira, 28 de julho, a Câmara Municipal de Ceará Mirim, RN, ficou pequena para todos os interessados em debater a reativação da Usina São Francisco, situada na cidade. A unidade industrial é tão importante socioeconomicamente para a região que ela é citada logo na primeira frase do hino da cidade.

A União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), órgão do qual a Associação dos Plantadores de Cana do Estado integra, marcou presença no evento. Um dos palestrantes foi o presidente da Unida, Alexandre Andrade Lima – que é um dos principais responsáveis pela reativação recente de usinas em Pernambuco (Pumaty e Cruangi).

No âmbito político, os encaminhamentos em busca da reativação da Usina São Francisco seguirão idênticas táticas usadas recentemente pelos canavieiros e políticos pernambucanos nas articulações e na consolidação da reabertura das usinas Pumaty e Cruangi. A estratégia inicia pela Audiência Pública na Câmara Municipal e depois o debate segue para a Assembleia Legislativa, com a intenção de chamar a atenção do governador para resolução da problemática. Foi assim que ocorreu em P e será adotada no Rio Grande do Norte.

Lima destacou que o apoio político será indispensável para a reativação da usina São Francisco, principalmente diante do passivo com ICMS estadual das antigas administrações da unidade industrial. Estima-se uma dívida no valor de R$ 200 milhões. “É preciso estudar formas viáveis para o Estado e para o setor canavieiro, na intenção do apoio governamental para criação de cooperativas de agricultores onde estas possam arrendar e reativar o parque fabril fechado. “O governo estadual perde muito mais com a usina fechada”, ressaltou Lima, que também preside a Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco.


A VOLTA DA CRUANGI
A Usina Cruangi, em Timbaúba, na Mata Norte pernambucana, deve voltar a atividade nesta safra, depois de três anos fechada. A volta deve ocorrer daqui há dois meses, através da iniciativa da Cooperativa da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (COAF), que arrendou o parque fabril e vai administrar a moagem. Falta apenas o aval do juiz de Recuperação Judicial da unidade.

Porém, crentes na chancela positiva do magistrado, 70 funcionários, contratados pela cooperativa, iniciaram os trabalhos de apontamento da unidade esta semana, a fim de prepará-la para o funcionamento. Ao todo, 4 mil postos de trabalho serão preenchidos na agroindústria para garantir a moagem de 400 mil toneladas de cana de Cruangi nesta safra.

Na safra passada, a AFCP e o Sindicape, por meio de outra cooperativa de fornecedores de cana, reativaram a usina Pumaty, no município de Joaquim Nabuco, na Mata Sul pernambucana. A unidade moeu 513 mil toneladas de cana e faturou R$ 50 milhões reaquecendo a economia do local que sofria com o fechamento da usina.

Corre sacarose nas veias do agrônomo Alexandre Andrade Lima, sua família é tradicional produtora de cana em Pernambuco. Ele é “menino de engenho”, conhece do assunto e tem grande poder de articulação. Nesse cenário dominado pelo fechamento de usinas (80 em cinco anos), seu desempenho passa a ser cobiçado pelo Centro-Sul, já há quem diga que Alexandre poderia trocar a UNIDA pela UNICA.
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