Os bancos estão matando as usinas
09-11-2016
Arrocho para pagamento de dívidas, redução de crédito e altos juros para financiamento sufocam o setor
Para muitos integrantes do setor sucroenergético, os bancos têm grande participação pela não recuperação financeira de muitas usinas, ao aplicarem uma política de arrocho para pagamento de dívidas, redução de crédito e altos juros para financiamento. “Os bancos estão matando as usinas”, diz um integrante do setor que pediu para não ser identificado.
Manoel Pereira de Queiróz, gerente sênior de Relacionamento do Rabobank no país,diz que não são os bancos que estão matando as usinas, mas o sistema financeiro vigente no país, e a fragilidade da política energética brasileira que não gera confiança no investidor. Queiróz salienta que o financiamento restrito é entrave para a retomada do crescimento do parque de usinas, com os chamados projetos greenfields.
"Os bancos estrangeiros estão sem apetite de risco para o Brasil, os bancos nacionais diminuem o capital econômico disponível e a chance de serem mais agressivos em crédito é pequena. O BNDES passa por um ajuste, o mercado de capitais local ainda é incipiente e o externo está fechado para o Brasil e para o setor”, ressalta Queiróz.
O endividamento do setor é um forte entrave para a liberação de crédito. Dados do Rabobank apontam que as companhias sucroenergéticas do setor ainda têm, na média, um alto endividamento. Análise feita pela instituição financeira com 35 grandes grupos que representam 50% da moagem da safra brasileira aponta que a dívida líquida dessas companhias chegou a R$ 135 a tonelada de cana moída na safra 2015/2016, abaixo apenas do pico de R$ 149,7 por tonelada da safra 2014/2015.
Veja mais informações na revista Digital CanaOnline. No site www.canaonline.com.br você pode visualizar as edições da revista ou baixar grátis o pdf.
Mas se quiser ver a edição com muito mais interatividade ou tê-la à disposição no celular, baixe GRÁTIS o aplicativo CanaOnline para tablets e smartphones - Android ou IOS.