Para controlar a Ferrugem Alaranjada, não precisa erradicar o canavial
26-11-2015

Controle químico pode ser bastante eficaz no controle da Ferrugem Alaranjada da cana

Leonardo Ruiz

Em 2009, os técnicos agrícolas da Usina Cerradão, localizada no município mineiro de Frutal, começaram a perceber que alguns canaviais da unidade apresentavam pequenas pontuações amareladas em suas folhas. Naquele momento, não foi dada tanta importância a esses sintomas, já que eles poderiam significar apenas um segundo tipo de Ferrugem marrom (Puccinia melanocephala) que estaria surgindo. Porém, aos poucos, essas manchas foram evoluindo e passaram a ganhar outro tom: mais alaranjado.

Esses sintomas se alastraram pelos canaviais da Empresa e também por várias outras unidades agroindustriais no Centro-Sul. A Ferrugem alaranjada (Puccinia kuehnii), como ficou conhecida, chegava ao Brasil através de correntes de ar, pegando o setor de surpresa, pois ela ataca, principalmente, a variedade SP 81-3250, que, naquela época, era uma das mais cultivadas. A doença chegou a causar redução na produção agrícola na ordem de 30% a 50% em TCH (toneladas de cana por hectare) e de 15% a 20% no teor de sacarose dos colmos. Com esses números, muitos produtores entraram em pânico, a ponto de erradicar seus canaviais com a SP 81-3250, eliminando-a do plantel varietal.

Na Cerradão, o cenário não era diferente, já que a SP 81-3250 também era o carro-chefe da Empresa. Porém, o gerente de produção agrícola da unidade, Michel Fernandes, conta que o caminho tomado foi outro. Em vez de erradicar completamente o canavial, eles optaram em usar outra medida de manejo, uma que impedisse os altos níveis de dano econômico decorrentes da doença e que ainda permitisse que as variedades atacadas continuassem sendo utilizadas. Os resultados foram excepcionais, pois o controle da doença devolveu produtividade às variedades. A forma de manejo escolhida foi o uso do fungicida, e o produto escolhido, o Opera®, da BASF. Hoje, cerca de 28% do canavial da Cerradão ainda é composto pela 81-3250, número que seria bem menor caso o modelo de combate adotado tivesse sido outro.

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