Para pesquisadora, muitos produtores se descuidaram da conservação do solo
12-02-2016

“O setor sucroenergético tem feito a sua parte na questão da conservação do solo, afinal, a cana-de-açúcar ainda é a cultura que tem as menores perdas de solo”, afirma a pesquisadora Raffaella Rossetto, da APTA – Piracicaba e do Programa Cana do IAC. 

No entanto, segundo ela, as mudanças no sistema de produção, a forte mecanização da cultura, e a necessidade de linhas retas e longas para a eficiência das máquinas fizeram com que algumas questões relativas à conservação do solo fossem negligenciadas nos últimos anos.
Ela acredita que há casos e situações particulares. De qualquer forma, ao se negligenciar as melhores práticas, “terraços foram esquecidos em locais onde não poderiam deixar de existir; ou épocas de plantio em plena estação chuvosa em solos frágeis”, exemplifica a pesquisadora. “Alguns cuidados essenciais foram deixados de lado, mas certamente estarão de volta à ordem do dia do setor”, acrescenta.

UNIÃO
Apesar de muitos produtores terem se descuidado na condução de suas lavouras, a cana-de-açúcar é uma cultura conservacionista por si só pelo baixo nível de perdas de solo. No entanto, é uma atividade que não tem diferenciais positivos apenas com relação à sustentabilidade.
Raffaella acredita que o setor sucroenergético tem um grande diferencial frente a outras atividades agrícolas devido à possibilidade de diversificação com diferentes produtos oriundos da mesma matéria-prima. “Essa é uma vantagem muito especial. A existência de um mercado para exportação também é outra vantagem frente a diversas atividades agrícolas.”
Por outro lado, segundo ela, por não ser considerada uma cultura alimentícia, muitas vezes não lhe é atribuída a devida importância e políticas públicas passam longe do que seria desejado.
Por conta disso, o setor sofreu com políticas que pouco o favoreceram nos últimos anos, “e embora tenha aprendido a caminhar com suas próprias pernas não aprendeu uma lição bastante importante que é a força da união. O setor sucroenergético como um todo é muito desunido e isto em nada o favorece.”
A união do setor, inclusive, fortaleceria o diálogo com a sociedade e a divulgação das externalidades positivas da cana-de-açúcar, desmitificando visões equivocadas sobre a cultura, como a de que a cana é prejudicial ao solo.


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