Para produtores de MS, palavra de ordem é integração
11-01-2018

Durante 31 anos, José Trevelin Júnior trabalhou em usinas de açúcar e etanol nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Em grande parte desse tempo, atuou como gerente agrícola. Buscando novos desafios, há quatro anos se mudou para Dourados, MS, a fim de criar uma consultoria de gestão agrícola, que ajudasse produtores e usinas a ampliar suas competitividades.

Com tanta experiência na bagagem, o trabalho não seria muito difícil. Mas Trevelin não contava com o fato de que os canavicultores locais começariam a se interessar pela soja para cobrir suas áreas de renovação e que fossem demandar seus serviços de consultoria também para a nova cultura. Resultado: aos 57 anos de idade voltou as salas de aula e se especializou em ILPF (Integração Lavoura Pecuária Floresta) na Fundação MS. Hoje, o  profissional atua, não somente com fornecedores de cana, mas também com produtores exclusivos de grãos. “Além de consultoria técnica, temos um viés de gestão e negócio. Eu não vendo uma cultura ou outra. Auxilio o agricultor a fazer a gestão estratégica de sua propriedade.”

Trevelin conta que a soja tem sido escolhida pelos fornecedores canavieiros devido a sua tradição na região, principalmente em Dourados. “É o grande negócio dessas bandas. Por conta disso, o produtor tem acesso fácil a tecnologias, suporte, venda e logística.” De acordo com ele, grande parte dos canavicultores já adotou a leguminosa em suas áreas de reforma. “É uma vertente que tem crescido muito, pois o agricultor busca otimizar ao máximo seu resultado por área. Ou seja, através da rotação com soja, ele consegue diminuir os riscos inerentes a monocultura e maximizar seus lucros.”

Embora até aqui temos chamado de rotação de culturas, o consultor ressalta que, ao menos no Mato Grosso do Sul, a palavra correta é integração. “Os produtores locais não têm pressa de voltar a plantar cana no ano seguinte. Às vezes, ele cultiva dois ou três anos de soja, para então voltar a implantar um canavial. Ou, nem ao menos volta a canavicultura em seguida. Prefere colocar a pecuária antes.”

Como motivo, Trevelin explica que o agricultor segue a onda do mercado, produzindo o que lhe dará maior rentabilidade. “Vai girando a área, por isso não falamos em rotação, mas em integração entre lavoura, cana e pecuária. Não tem amarração a uma única cultura. Produz o que entrega maiores resultados, visando minimizar
riscos e aumentar os benefícios técnicos.”

Um dos exemplos sul mato-grossenses de integração vem da fazenda de Artur Falcetti, dono de 5500 de terras – sendo 1000 ha de canaviais - na região de Maracaju. Este ano, o produtor erradicou 100 ha de cana-de-açúcar que estavam no nono corte e enviou para a reforma. Detalhe. O novo canavial só será implantado daqui a três anos. Durante esse período, as culturas de soja e milho (inverno) serão alocadas na área.

“Faço essa opção para recuperar o solo que, por nove anos, foi exaurido de seus nutrientes pela cultura da cana. Acredito que apenas um ano com o plantio de grãos não seria suficiente para corrigir os índices biológicos a níveis
aceitáveis.”

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