Parasitoide Tetrastichus howardi pode complementar ou substituir a Cotesia flavipes no controle da broca-da-cana
17-03-2020

Tetrastichus parasitando a broca-da-cana
Tetrastichus parasitando a broca-da-cana

O Tetrastichus atua na fase de lagarta e pupa da Diatraea Saccharalis, já a Cotésia age somente na lagarta

Renato Anselmi

Credito Fotos: JB Biotecnologia e Birdview

As lavouras canavieiras ganham mais um aliado no controle da broca-da-cana, considerada a principal praga dos canaviais, trata-se do Tetrastichus howardi, um parasitoide usado no controle da Diatraea sacharalis, disponibilizado pela JB Biotecnologia, de Paraopeba, MG.

Esse parasitoide apresenta uma eficiência de 80%, que pode chegar próxima a 100%, no controle da praga – destaca Bianca Vique Fernandes Narde, sócia da JB e engenheira florestal, com trajetória acadêmica e profissional ancorada na área de controle biológico e manejo ecológico de pragas.

O novo parasitoide tem alguns diferenciais em relação à Cotesia flavipes (o inimigo natural da broca mais utilizado nos canaviais) – compara Bianca Vique. O Tetrastichus controla a broca, atuando na fase de lagarta e pupa da Diatraea saccharalis, enquanto a sua concorrente age somente na lagarta. Além disso, vive em torno de 12 dias, período muito maior do que a da Cotesia, que é em torno de 36 horas.

As vantagens não param aí.  Mais resistente à variação climática, o Tetrastichus apresenta maior versatilidade durante a armazenagem e aplicação. 

Ciclo da broca-de-cana

Segundo Ricardo Machado, o engenheiro ambiental Ricardo Machado, diretor da Birdview, empresa parceira da JB Biotecnologia, e que realiza liberação das vespinhas por meio de drones, o Tetrastichus tem mais vida de armazenagem, o que possibilita um melhor controle em relação ao seu nascimento. “A validade de prateleira é maior. É possível regular a eclosão desse parasitoide em geladeira”, comenta. Se a usina recebe hoje a Cotesia, é preciso aplicar o produto no mesmo dia – observa.

Devido a sua maior tolerância a mudanças climáticas, o Tetrastichus pode ser aplicado mesmo se estiver muito quente. No caso da Cotesia, a temperatura muito elevada inviabiliza a aplicação. “A liberação deve ser entre as 7h e 10h e das 15h e 17h, dependendo da região”, exemplifica.  A menor janela de aplicação da Cotesia afeta o rendimento da pulverização.

 “A Cotesia exige mais atenção para torná-la viável devido a sua menor tolerância, o que aumenta o custo homem/hora”, comenta Ricardo

A aplicação do Tetrastichus também apresenta menor custo. A Cotesia precisa ser protegida, colocada em tubete, o que chega a elevar os gastos com a pulverização em R$ 6,00 por hectare – diz o diretor da Birdview. “A Cotesia exige mais atenção para torná-la viável devido a sua menor tolerância, o que aumenta o custo homem/hora”, comenta.

Utilizado com sucesso em áreas de produtores de cana, o novo parasitoide da broca foi lançado no mercado em 2017. O próximo passo será a avaliação do seu desempenho em canaviais de usinas. “É um produto moderno, com grande potencial, que poderá substituir a Cotesia, que está há quarenta anos no mercado”, observa Ricardo Machado. 

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