Patrícia Iglecias destaca Protocolo Agroambiental em evento sobre bioenergia
21-03-2016

A Secretária do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Patrícia Iglecias participou no dia 17/03, do “Fórum sobre Bioenergia no Brasil: Integração Universidade – Empresa”, na Escola Superior de Agricultura, Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba. Em sua apresentação, Iglecias destacou a importância da discussão acerca dos desafios da Bioenergia no país e no Estado de São Paulo.
“É sabido que o estado ocupa posição de referência em biocombustíveis, em especial, por sermos o maior produtor mundial de etanol a partir de cana-de-açúcar, além de liderarmos em desenvolvimento e inovação neste setor. Como Secretária do Meio Ambiente, sublinho o fato de que a produção de bioenergia, componente tão essencial para a matriz energética de nosso estado, deve se dar de maneira ambientalmente adequada, para que cause o mínimo de impacto sobre o meio ambiente e a saúde da população.”
Patrícia Iglecias destacou o “Programa Etanol Verde”, que possui duas frentes: o Protocolo Agroambiental e o Zoneamento Agroambiental. A base do programa é o Protocolo Agroambiental, lançado em 2007, por meio do qual o Estado estimula a sustentabilidade do setor sucroenergético, em especial no que diz respeito à redução da queima para colheita da cana de açúcar, à proteção das áreas ciliares, à diminuição do consumo de água para o processamento de cana e à adoção de boas práticas agrícolas e industriais.
As boas práticas ambientais do setor são reconhecidas e premiadas com o Certificado Etanol Verde, renovado anualmente. Por meio da publicidade do certificado concedido às unidades agroindustriais e às associações de fornecedores de cana, a imagem das usinas e associações frente ao mercado interno e externo é reforçada, determinando um padrão positivo de melhores práticas ambientais a ser seguido.
Já o Zoneamento Agroambiental para o Setor Sucroenergético disciplina e organiza, desde 2008, a expansão canavieira e o licenciamento ambiental das usinas paulistas. “Este é o primeiro zoneamento agroambiental elaborado por um estado brasileiro, que inclusive delimitou áreas inadequadas para a instalação de usinas, em locais considerados ambientalmente mais sensíveis”, destaca Patrícia.
De acordo com a secretária, os resultados até o momento evidenciam o grande sucesso desse programa de adesão voluntária. Atualmente, 85% das usinas paulistas e 25 associações de fornecedores de cana são signatárias do Protocolo, e respondem por cerca de 93,5% da produção paulista e 45,5% da produção nacional de etanol. Além disso, mais de 90% da colheita de cana no Estado de São Paulo já é realizada sem o emprego do fogo.
As usinas também reduziram seu consumo de água no processamento de cana de 5m3/tonelada de cana, nos anos 90, para pouco mais de 1 m3/tonelada de cana atualmente.
Patrícia Iglecias também destacou a relação entre a produção e a conservação do meio ambiente, já que cerca de 260 mil hectares de áreas ciliares estão compromissados com a proteção e restauração ecológica pelo setor sucroenergético. “Isto representa importantes ganhos para a biodiversidade e para a rede hídrica do estado de São Paulo”.
Mudanças climáticas
A secretária do Meio Ambiente também lembrou que São Paulo é um dos poucos Estados do Brasil que conta com uma política estadual própria para o enfrentamento das mudanças climáticas, a Lei Estadual nº 13.798/2009. E o investimento em bioenergia é uma das principais ferramentas para colaborar com as metas internacionais de redução de gases de efeito estufa. O etanol brasileiro, produzido de cana-de-açúcar, reduz as emissões de gases de efeito estufa em mais de 80% em substituição à gasolina.
“A conjugação de esforços é essencial para alcançar todas as ambiciosas metas às quais nos propomos. Precisamos encontrar meios para atender nossas necessidades energéticas com uma baixa pegada ecológica. A transição para uma economia mais moderna pode e deve ser impulsionada por parcerias com os setores. Estou certa de que o Fórum de hoje servirá como oportuno espaço de diálogo para tal”, apontou Patrícia Iglecias.
Fórum
O Fórum sobre Bioenergia no Brasil teve como objetivo celebrar a criação do Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia das três universidades estaduais paulistas – USP, UNESP e UNICAMP, – bem como, debater com o setor privado, as necessidades reais do desenvolvimento da Bioenergia para o Estado de São Paulo, frisou o diretor da Esalq, professor Luiz Gustavo Nussio.