Perdas de matéria-prima e quebras do equipamento: dois graves problemas na colheita mecanizada de cana
06-04-2016

28% destes problemas decorrem da operação, 32% são resultados do terreno

Perdas de matéria-prima e quebras do equipamento. Estes são, segundo o Sidnei João Bortolozzo, engenheiro agrônomo, consultor e coordenador do Gmec (Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético),dois graves problemas na colheita mecanizada de cana. Mas quais são as suas causas? “Podemos pontuar da seguinte forma: 28% destes problemas decorrem da operação, 32% são resultados do terreno (topografia, sistematização etc), 20% são de responsabilidade da manutenção, e 20% referem-se à colhedora”, diz Bortolozzo, destacando que esses números podem variar de região para região e até mesmo de usina para usina.

Uma das principais causas dos “problemas” diz respeito à qualidade da operação. Para o Coordenador do Gmec é importante o operador do equipamento estar atento a diferentes questões, como à velocidade de deslocamento, ao RPM que está sendo empregado na colhedora, à correta regulagem, à pressão do corte de base, além de realizar verificações diárias do material de desgaste e evitar colisões em manobras e deslocamentos. “A solução passa por treinamentos, reciclagem e trabalho forte de conscientização dos operadores sobre os cuidados que devem ter com a máquina e com a lavoura.”

A usina tem que se preocupar com a capacitação do operador e com sua conscientização na condução da máquina. “Se, por exemplo, não estiver na velocidade de deslocamento selecionada, o índice de quebra é alto”, avisa o coordenador do Gmec.

Com melhor capacitação, é possível atender uma demanda apontada por Leal: “os recursos disponíveis nos equipamentos precisam ser melhor aplicados pelos operadores”. No entanto, Edimilson Gomes Leal, gerente de Manutenção Automotiva da Usina Ferrari, de Pirassununga, SP, alerta que “a disponibilização de treinamentos operacionais e de manutenção é uma carência real”.

Já Bortolozzo enxerga que os grandes fabricantes de colhedoras têm exercido um papel importante nesse aspecto, por ofertarem treinamentos teóricos, práticos e em simuladores para os operadores.No entanto, aponta que os problemas vão além do operador do equipamento: “se a qualidade dos homens da manutenção for baixa, não teremos reparos de qualidade, mas sim ‘remendos’ e as paradas serão mais constantes. Quanto ao item terreno/sistematização, todos temos plena consciência que os tiros curtos necessitam de muitas manobras, assim como uma sistematização deficiente causa mais torções no equipamento. Quanto à colhedora, necessita de maior robustez na sua estrutura e sistema hidráulico”, relata.

A fim de melhorar os índices de colheita, além dos treinamentos dos profissionais envolvidos no processo, Bortolozzoconta que as empresas têm adotado estratégias mais amplas. Este trabalho começa já no arrendamento, selecionando áreas, sempre que possível, de bom tamanho, isentas de árvores e com baixa declividade. E em terrenos de posse da usina, estão intensificando a melhoria na sistematização e no plantio.
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