Petrobras abandonará política de Dilma que afundou o setor sucroenergético
11-10-2016
A venda de gasolina a baixo do custo arruinou a Petrobras e a agroindústria canavieira
Pedro Parente, presidente da Petrobras, disse que a empresa se prepara para anunciar uma política doméstica para os combustíveis que evitará os custosos subsídios que drenaram os lucros da empresa no governo anterior.
A política adota no governo Dilma de congelar por longos períodos o preço da gasolina, mesmo o preço do barril do petróleo estando nas alturas, além de prejudicar financeiramente a Petrobras, impôs perdas severas para o setor sucroenergético. O preço artificial da gasolina retirou a competitividade do etanol e foi um dos principais fatores para empurrar o setor para o fundo do poço, fechando dezenas de usinas, levando outras tantas dezenas à recuperação judicial e gerando mais de 300 mil desempregados.
A Petrobras, que não reajusta os preços da gasolina e do diesel há mais de um ano, fixará os preços em paridade ou acima dos níveis internacionais, disse Parente, na sexta-feira (7), em entrevista na sede da Bloomberg em Nova York.
A empresa planeja efetuar mudanças mais frequentes em fatores como preços internacionais, taxa de câmbio e participação de mercado, disse ele. De agora em diante, a Petrobras apenas se beneficiará, e não mais perderá, com a diferença entre os preços praticados no Brasil e no mercado internacional, disse Parente.
A empresa comercializa gasolina e diesel com ágio há quase dois anos, o que a ajudou a recuperar um total estimado de US$ 35 bilhões perdido com subsídios às importações entre 2011 e o fim de 2014, durante o boom das commodities.
Embora planeje manter os preços no Brasil acima dos níveis internacionais, a Petrobras não anunciará uma fórmula específica para gerar aumentos ou quedas automáticas, disse Parente, que salientou que a Petrobras já não permitirá que o governo determine decisões corporativas. "Não devemos ser um braço do governo para controle da inflação."
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